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Enviada em: 12/09/2019

"Somos todos filhos da preta, da preta ancestralidade africana". A frase anterior, faz parte de uma canção da cantora Daniela Mercury, cuja música, enaltece à importância de se preservar a cultura, a qual, formou todos os brasileiros. Em contrapartida, são escassas as  ações para a continuidade dos quilombos, como também, seus habitantes ainda precisam lutar contra o preconceito racial e étnico, como forma de resistência cultural.       Em primeira análise, vale ressaltar que, a escravidão brasileira durou 300 anos e foi a última a ser abolida em toda a América, diante de tanto tempo de exploração, as consequências, como o preconceito, perduram até os dias atuais. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública,  cerca de 70% das vítimas de homicídio são negras. Tal fato, evidencia que, a falta de políticas para a integração dos negros, no passado, reflete nas disparidades dos direitos e intolerância que esse público sofre no presente. Sendo os quilombos, local onde a cultura negra e africana, além de não ser criticada, é também valorizada.       Além disso, os centros quilombolas funcionam como resistência cultural. No entanto, de acordo com a Folha de São Paulo, apenas uma a cada dez terras quilombolas receberam título de posse. Tal proporção, vai contra a Carta Magna de 1988, uma vez que, ela garante que remanescentes quilombolas adquiram suas terras. Por fim, negar a posse dos quilombos as suas comunidades é uma "Opressão Simbólica", termo cunhado por Pierre Bourdieu, para descrever atos que são contra os Direitos Humanos, já que, ter um lar, é um direito inegável a todos.       Em suma, medidas para conservar as comunidades quilombolas precisam ser tomadas. Iniciando pelas escolas, que devem inserir em seus planos de estudos, uma maior valorização da cultura quilombola, por meio de um acréscimo de uma aula semanal sobre o tema, destinada à matéria de história, buscando assim, fazer com que mais brasileiros entendam a importância que os quilombos carregam. Como também, é necessário que todos os quilombos tenham o direito de posse de suas terras, para isto, o Governo Federal deve, por intermédio do contrato de profissionais da justiça, buscar as localidades dos centros quilombolas, para validar a permanência destes povos em suas terras, e assim, garantir a resistência da identidade quilombola no Brasil.