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Enviada em: 21/09/2019

Na série brasileira “Coisa mais linda”, é retratado nos anos 50 os desafios da personagem Adélia Araújo, uma mulher negra e pobre, que lida diariamente com o forte preconceito racial da época. Similarmente, a população negra e quilombola, ainda hoje, enfrenta desafios ligados à discriminação. Dessa forma, é de extrema importância a valorização da cultura e da tradição dos quilombos no Brasil, para compensar os danos da escravidão e para que o racismo não seja perpetuado. Em primeira análise, a proteção as comunidades quilombolas é uma forma de reparar os danos do período escravagista sentidos até hoje. Exemplo disso, é que a qualidade de vida da população negra tem uma década de atraso em relação a população branca do país, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), logo, esse problema é devido ao fato do governo e da sociedade civil negligenciar os direitos da parcela negra da população brasileira. Assim sendo, a falta de espaço físico, cultural e educacional no país, para os quilombolas, gera um grave retardo do desenvolvimento desse povo. É importante pontuar também, que o racismo é o responsável pelo descaso com a população quilombola e que esse desprezo só contribui gerando mais preconceito. De fato, a aversão é notada em todos os setores da sociedade, até mesmo no discurso do atual presidente Jair Bolsonaro, o qual afirma sobre quilombolas ''Não fazem nada, eu acho que nem pra procriar servem mais''. Desse modo, discursos como esse não contribuem para que a população tenha conhecimento e informação a respeito dos quilombos, pelo contrário, servem como exemplos para que a população brasileira perpetue a cultura do racismo. Portanto, fica clara a importância dos quilombos e como o abandono a esse povo traz malefícios a sociedade. Faz-se necessário que o Governo garanta os direitos básicos dos quilombolas, como o direito à terra, à educação e à saúde de qualidade, por meio da demarcação de terras, da disponibilidade de escolas com professores de qualidade e postos de saúde de fácil acesso, a fim de que a população quilombola supere o atraso da qualidade de vida e tenha a oportunidade de estar em situação igual ao resto da sociedade. Por sua vez, cabe às Escolas o pepel de levar, às crianças e aos jovens, o conhecimento histórico acerca dos quilombos, por meio de palestras e trabalhos com historiadores e sociólogos que busquem compreender a história e a cultura desse povo, a fim de que o ensino a respeito dos quilombos supere o preconceito racial enraizado e crianças e adolescentes possam crescer informados sobre a importância de se preservar e respeitar a diversidade.