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Enviada em: 12/08/2019

"O importante não é viver,mas viver bem".De acordo com Platão,a qualidade de vida tem tamanha importância que transcende a da própria existência.Contudo,no Brasil,essa não é a realidade dos indivíduos que sofrem com a dependência química e daqueles que os rodeiam.Apesar do tratamento ser mais eficaz quando a iniciativa provém do doente,a internação involuntária é uma alternativa que pode amenizar os efeitos dessa doença no indivíduo,nos seus familiares e na sociedade como um todo e contribuir para aproximar a realidade dessas pessoas da proposta pelo filósofo grego.                     Deve-se pontuar,de início,que o melhor tratamento para qualquer doença começa no desejo de mudança do paciente.Segundo a filosofia de Gautama Buda,o primeiro passo para a transformação é aceitação do problema.Sob essa óptica,idealisticamente,o dependente químico deve reconhecer e aceitar que possui uma doença e posteriormente buscar,de maneira autônoma,ajuda por meio das internações.Assim,suas ações estariam alinhadas com a qualidade de vida defendida por Platão.                      Entretanto,esse elevado nível de consciência exposto por Buda não é experimentado por uma parcela desses indivíduos.Nesses casos,faz-se necessário uma reflexão sobre modelos involuntários de internação.Ao considerar que a dependência de drogas é uma doença e que doenças devem ser tratadas independente da vontade dos pacientes,tem-se que esse método de tratamento é justificável.Além disso,de modo análogo as doenças contagiosas,que constituem em uma ameaça social,o "viciado" em substâncias químicas representa um risco a ordem familiar e social,e por isso,deve ser contido e devidamente tratado.                      Fica evidente,portanto,a necessidade de medidas que visem aumentar a qualidade de vida dessas pessoas.Desse modo,cabe ao Ministério da Saúde estimular à aceitação dos dependentes de drogas de sua condição por meio de propagandas midiáticas que relativizem à imagem dos indivíduos em tratamento com a de vencedores,de modo similar ao realizado com o câncer no início do século XX,a fim de facilitar o processo descrito por Buda.Outrossim,compete ao Ministério da Saúde construir centros terapêuticos específicos para internações involuntárias com uma metodologia própria e adaptada a realidade desses pacientes.Assim,poder-se-á aproximar a realidade dessas pessoas da defendida por Platão.