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Enviada em: 14/08/2019

O crescente consumo de drogas, no Brasil contemporâneo, e consequente aumento de dependentes químicos em nossa sociedade, traz à tona a questão da internação involuntária dessas pessoas, sendo vista, dessa forma, como solução imediata para o problema. Porém, a internação involuntária somente deve ser vista como opção em último dos casos, ou seja, quando médicos e profissionais qualificados apontarem que essa deve ser a escolha a ser feita.        Em princípio, qualquer ato, que seja involuntário, só deve ser realizado se houver um bem maior para as demais pessoas. Desse modo, pode-se trazer o conceito de imperativo categórico, do filósofo Kant, que afirma que algo só deve ser feito se trouxer bem a toda a sociedade, caso contrário, deve ser extinto. Sob esse viés, só se deve internar alguém de forma involuntária caso haja um benefício mútuo entre esse alguém e a sociedade, de tal forma que prejuízos possam ser evitados para ambas as partes.        Ademais, vale salientar que a internação compulsória compromete veemente a autonomia e liberdade individual. Nesse sentido, o pensamento do filósofo utilitarista Stuart Mill, no qual diz que: '' Sobre seu corpo e mente, o indivíduo é soberano '', torna-se sem sentido, pela então falta de controle sobre a capacidade decisória do dependente químico durante a internação.        Portanto, para que a internação involuntária não se torne necessária e, dessa maneira, seja minimizada, é necessário que o Governo, em parceria com os ministérios da educação e saúde, conscientizem e eduquem, principalmente as crianças, sobre os malefícios das drogas. Isso se dará por meio do redirecionamento de verbas para amplas campanhas midiáticas, que incluam propagandas televisivas e palestras educacionais nas escolas. Só assim as internações compulsórias não serão necessárias e, consequentemente, a soberania individual falada por Mill fará sentido.