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Enviada em: 28/09/2019

A peça "O Sonho", escrita pelo dramaturgo sueco August Strindberg em 1901, retrata a vinda da filha do deus Indra, Inês, à Terra. Em sua jornada, a deusa depara-se com as situações lastimosas nas quais os sujeitos estão inseridos. Fora da ficção, ao observar a internação involuntária de dependentes químicos no Brasil, concluí-se que as circunstâncias lamuriosas encontradas pela divindade persistem, uma vez que ferem o livre arbítrio dos indivíduos. Destarte, faz-se mister apreender as raízes da problemática de modo a resolvê-la. Sob esse viés, ressalta-se que em tal nação os seres submissos aos vícios não são tratados com dignidade, dado que perdem sua voz e direito de escolha dentro da sociedade na qual estão inseridos. Nesse contexto, a internação compulsória, mesmo que determinada por familiares, contribui para a marginalização dos adictos. Por conseguinte, o tratamento não apresenta elevado grau de eficácia, o que ocasiona a reincidência dos mesmos às drogas. Como resultado desse processo, é notória a contínua diminuição da qualidade de vida dos toxicomaníacos, pois perecem nas ruas sem acesso à alimentação e ao afeto de entes queridos, podendo ainda terem envolvimento com a criminalidade. Tais fatos reverberam as conjunturas encontradas por Inês em "O Sonho." Portanto, faz-se necessária a tomada de medidas para solucionar os efeitos negativos trazidos pela internação involuntária de dependentes químicos no Brasil. Para tanto, urge que o Governo, ramificando-se em Ministério da Saúde, promova o acompanhamento psicológico de cidadãos viciados, de maneira que esses tomem por si mesmos a mentalização a respeito da importância da reabilitação e, assim, concluam tal intervenção. Logo, caso a deusa Inês retornasse ao planeta, encontraria uma humanidade digna de menos lástima.