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Enviada em: 16/08/2019

O "estilo de vida americano" - filosofia nacionalista - destaca o fácil acesso a bens de consumo pelos norte americanos. Nessa perspectiva, boa parte dos cidadãos daquele país possuem equipamentos que facilitam o acesso à internet. Entretanto, no Brasil, a realidade é diferente, visto que há um número reduzido de pessoas que dispõem de aparelhos para navegar na internet, o que dificulta o uso da rede digital como ferramenta de democratização do conhecimento. Com efeito, para contornar a situação, deve-se universalizar a conexão no país e desconstruir a omissão escolar.     Em primeiro plano, evidencia-se que a pequena área de cobertura de internet no território limita a coletivização do saber. A esse respeito, segundo o IBGE, pouco menos de 50% da população brasileira não possui acesso à internet em casa. Essas pessoas, em geral, são moradores das periferias dos centros urbanos e das zonas rurais do país e, também, sofrem com a precaridade da oferta de serviços ou com baixo poder aquisitivo para adquirirem aparelhos que proporcionem a conexão. Essa realidade perpetua a lógica de exclusão vivenciada por essa população, uma vez que a internet, como meio de democratização do ensino, continua negada a essas pessoas. Dessa forma, para empregar a net como mecanismo que facilite a propagação do saber, faz-se necessário aumentar o número de usuários.     De outra parte, a omissão escolar também agrava a questão. Nesse viés, de acordo com Paulo Freire, a escola deveria ensinar os alunos as diversas habilidades que a vida moderna exige. Entretanto,  o modelo educacional vigente, por focar apenas na reprodução de conteúdos pragmáticos, é omisso na educação tecnológica dos alunos. Nesse contexto, os cidadãos não são instruídos para usarem a internet em busca de conhecimento. Essa lógica gera indivíduos que acreditam que a internet serve apenas como instrumento de entretenimento, o que faz essa ferramenta perder seu potencial na educação da população. Logo, é imprescindível desconstruir essa mentalidade corrente nas escolas do país e usar o ambiente escolar para capacitar os alunos no uso adequada da "web".    Urge, portanto, ações para potencializar o uso da internet como mecanismo de democratização do conhecimento no país. Para isso, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Tecnologia, deve, por meio de investimentos em fibra ótica, proporcionar infraestrutura necessária para que o país possa expandir sua área de cobertura de internet. Além disso, cabe ao governo, ainda, propor subsídios para que a população carente possa arcar com o custo mensal do serviço. Essa medida aumentaria a cobertura no país e democratizaria o acesso. Ademais, cabe ao Ministério da Educação propor, por meio da alteração do currículo, aulas de informática nas escolas, com o intuito de capacitar o cidadão para o uso mais eficaz, isto é, como instrumento para obter conhecimento. Assim, o saber seria democratizado.