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Enviada em: 19/06/2018

Dois objetos capazes de empoderar qualquer indivíduo: pólvora e teclado. Este último, nos dias atuais, vem ganhando mais destaque por ser um instrumento social inovador característico da era da revolução técnica, científica e informacional. Diante disso, os avanços das comunicações facilitam a disseminação de crimes de ódio, que vão desde comentários depreciativos até exposição de conteúdos íntimos. Essas ações configuram o cyberbullying, que está associado à dificuldade de controlar as agressões virtuais e aos danos psicológicos gerados aos envolvidos.            Primeiramente, é importante destacar que o cyberbullying é um assédio moral que corresponde à manifestação de práticas hostis pelo ambiente virtual, a fim de ridicularizar e constranger alguém de forma exacerbada. Com o advento da terceira revolução industrial, caracterizada, segundo o geógrafo Milton Santos, como a era do progresso científico, a internet facilita a propagação das violências por meio da web e dificulta uma fiscalização mais severa, uma vez que, indivíduos usam hackers e mecanismos capazes de garantir o anonimato para agredir moralmente outras pessoas.           Sob essa ótica, constata-se como produto um prejuízo na qualidade de vida das vítimas. Segundo Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota para a sociedade. Desse modo, para o acometido pelo cyberbullying, as consequências psicológicas são devastadoras, pois estão propensos à depressão, infelicidade e, em casos mais graves, ao suicídio. Sendo assim, é possível ressaltar que a agressão no ambiente virtual provoca bloqueios no que tange ao convívio social do agredido.            Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para que a internet não seja um canal de difusão da violência. Dessa forma, é imprescindível que o Governo Federal invista tanto na aquisição de tecnologia quanto na contratação de mais profissionais, tendo como intuito o melhoramento do atendimento das denúncias referentes a esse tema e a capacitação das Polícias Científicas no âmbito de investigação e repressão. Além disso, seria essencial que as organizações não governamentais realizassem parcerias financeiras e publicitárias com os veículos de informações, a fim de alertar a sociedade, por meio de campanhas na televisão e na internet, sobre os danos que as agressões virtuais podem causar nas vítimas, para que assim os agressores possam ter uma reflexão da derrota social que eles causam.