Materiais:
Enviada em: 20/07/2018

Ao chegar as primeiras caravanas ao Brasil, o historiador Pêro de Magalhães discorreu em uma de suas cartas à corte portuguesa a sua visão sobre os cativos, na seguinte frase: "essa é uma terra que não tem fé, nem lei, nem rei". Em analogia, a visão equivocada de Magalhães sobre a nova sociedade denominada de rede social não seria muito diferente, visto que é um espaço aparentemente sem leis mais definidas, principalmente quando se trata de de crimes de ódio e cyberbullying, porém sabe-se que é devido à falta de informação dos usuários e um sistema educacional mais eficiente é que potencializam a persistência dessa prática digital.   A internet, em particular, as redes sociais, proporcionaram uma série de benefícios aos seres humanos, pois tornou-se um espaço na qual é possível expor desde o dia a dia até opiniões sobre o mundo que o circunda. No entanto, o perigo está na forma com tal ação é exposta, haja vista que muitos indivíduos, principalmente jovens, utilizam a rede digital através de perfis falsos e contas fictícias, com o objetivo de denegrir e humilhar seus alvos. Nesse sentido, a internet é considerada uma ferramenta escape, pois o fato de estar escondido atrás de uma tela criam uma ilusão de impunidade e  as vítimas ao não denunciarem,perpetuam a prática discriminatória, impedindo a resolução do impasse.  Em consonância, segundo Manuel Castells, sociólogo espanhol, vive-se na atualidade uma "virtualidade real". Nesse contexto, a rede social tornou-se parte da vida dos cidadãos sendo, portanto, uma extensão da sociedade. Em vista disso, a prática discriminatórias, caluniosas, entre outros, é o reflexo de um comportamento social preocupante, pois segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de um em cada cinco jovens entre 13 e 15 anos já praticou bullying virtual, sendo 50% deles sentirem prazer nisso. Evidenciando, dessa forma, que o exercício do bullying praticado inicialmente na escola, se potencializa nas teias globais.  A exemplo disso, foi um caso famoso, que ocorreu em 2013, de uma garota chamada Júlia que além de sofrer bullying na escola por ter mono celhas, teve sua conta no twitter invadida por rackes com mensagens ofensivas e vexaminosas, causando na vítima danos emocionais de difícil esquecimento.   Percebe-se por conseguinte, que para combater ofensas na internet, é preciso haver uma maior informação tanto digital como educacional. Para tanto, o governo em parceria com empresas público- privadas como o Facebook e Instagram  instruir os usuários, através de anúncios informativos sobre o direitos do usuário bem como informar delegacias mais próximas para denunciar, para que através de boletins de ocorrência o usuário possa ser identificado e punido. Ademais, a educação é uma importante ferramenta, através de palestras e reuniões com familiares, para que tal prática seja evitada.