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Enviada em: 30/10/2018

Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig, refugiando-se no território brasileiro devido à ascensão do regime nazista na Europa, escreveu o livro "Brasil: um país do futuro". Entretanto, hodiernamente, ao analisar que a problemática do cyberbullying encontra-se intrinsecamente ligada à realidade do país, percebemos que a profecia não saiu do papel, seja pela negligência governamental, seja pela lenta mudança na mentalidade social.      A princípio, é possível perceber que esse problema deve-se a questões  políticas. Isso se dá pelo fato de que, para Aristóteles em "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos. Contudo, nota-se que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, uma vez que, com a falta de penalidades em relação à quem pratica um crime virtual, atitudes agressivas continuam a acontecer, colocando em risco o direito à dignidade da pessoa humana, previsto na Constituição.      Outrossim, esse empasse é corroborado por questões socioculturais. De acordo com Durkheim, fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Desse modo, observa-se que se uma criança vive em uma família com determinados pensamentos, ela tende a adota-los. Assim, seguindo o conceito do filósofo supracitado, a continuidade dos preconceitos virtuais pode perdurar de geração em geração, transmitindo a intolerância e perpetuando o problema no Brasil.       Torna-se notório, portanto, que são necessárias medidas para combater os crimes virtuais. Logo, é essencial que o Governo atue no problema criando postos de denúncia online, visando ampliar o contato entre a polícia e a vítima, a fim de tornar mais confortável o ato de denunciar. Ademais, cabe às instituições de ensino o fomento do pensamento crítico dos alunos, por intermédio de palestras e debates que tratem sobre o bullying virtual e seus malefícios, para assim agir na fonte do problema. Desse modo, será possível que a profecia de Zweig torne-se realidade no presente.