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Enviada em: 31/10/2018

Em todas as sociedades ao longo da História toda tecnologia desenvolvida era motivo de comemorações e de adaptações.Cada avanço representava também uma necessidade de aprender como lidar com seus possíveis malefícios.Com o surgimento das redes de comunicação por computadores foi o mesmo.Nesse sentido, nota-se que os discursos de ódio, presente na humanidade desde os seus primórdios, encontrou um lugar propício para se manifestar, alimentado por uma dificuldade de controle e causando consequências para toda uma vida em sociedade.  Nessa conjectura, é importante destacar, em primeira análise, que o atraso do Estado em lidar com os problemas da rede se faz notório e é determinante para a manutenção dessa problemática.O fato de o ambiente virtual ser de fácil anonimato, permitindo, por exemplo, a criação de perfis fakes para a propagação de discursos de ódio e intolerância, corrobora com a dificuldade de punir os envolvidos nesses tipos de crimes.Atrelado a isso, as leis -que já vieram tardias- para contornar a situação apenas se preocuparam em trazer aspectos gerais de caracterização dos crimes sem, contudo, criar os mecanismos específicos para o combate como o aumento no número de delegacias especializadas em crimes digitais.Sendo assim, a persistência de tais atos ainda é uma realidade na sociedade.  Concomitante a isso, é válido destacar, em segundo plano, que essa problemática favorece a perpetuação de preconceitos e de discursos nocivos a um convívio social democrático.A impunidade dos envolvidos em propagar discursos de ódio e cyberbullying, atrelado ao fato de haver uma grande abrangência da rede, pode levar a normatização de discursos que buscam coibir a luta por igualdade de gêneros, contra a homofobia, etc.Sendo assim,cabe a alusão ao conceito do sociólogo Emille Durkeim, sobre fato social, onde ele dissertava acerca da aceitação de uma atitude como correta pela ampla reprodução dela através da sociedade.Desse modo,aplicando o conceito a essa realidade, incorre-se no risco de a sociedade banalizar as lutas das minorias devido a discursos que não se solidarizam com a causa.  Faz-se necessário, portanto, a busca por caminhos que viabilizem uma solução dessa atual problemática.A priori, o Estado deve modernizar seus mecanismos e leis para se adequar a realidade atual.Para isso, o Legislativo e o Executivo deve aprimorar as leis atuais e trazer mecanismos práticos como o aumento no número de delegacias especializadas e preparação de pessoal.Além do mais, campanhas de mobilização social devem ser mantidas e intensificadas para motivar a sociedade a respeitar as diversidades e lutar contra os discursos extremistas e de ódio.