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Enviada em: 01/11/2018

Durante a Guerra Fria, a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética estimulou pesquisas militares relacionadas aos meios de comunicação, tendo como resultado a criação da internet. No mundo contemporâneo globalizado é inegável que tal invenção oferece um vasto acesso às informações de modo ágil. Diante disso, a rede mundial de computadores também facilita a disseminação de crimes de ódio, que vão desde comentários depreciativos até exposição de conteúdos íntimos. Frente ao exposto, é necessário que subterfúgios sejam encontrados a fim de solucionar essa inercial problemática.         Inicialmente, é relevante mencionar o impasse da fiscalização das ofensas ocorridas no ambiente virtual. Conforme os dados divulgados pela Safernet, entre 2012 e 2014, o número de denúncias de bullying cibernético aumentou 500%. Essas denúncias estão conectadas à complexidade de se eliminar todas as fontes de divulgação de materiais caluniosos devido à alta propagação de dados propiciada pela internet. Com isso, o trabalho policial de contenção de tal avanço e de identificação dos infratores, quando eles se utilizam do anonimato, se torna demorado e, em alguns casos, ineficaz. Nesse cenário, gera-se uma constante sensação de impotência e de constrangimento sentida pelos indivíduos atacadas pelos insultos.         Sob essa ótica, constata-se como produto um prejuízo na qualidade de vida, sobretudo, das vítimas. Segundo Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Nesse sentido, o fracasso é visto nos efeitos, uma vez que, de acordo com Cléo Fontes, especialista em violência escolar,  podem apresentar déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos. Para os acometidos pelo cyberbullying, as consequências psicológicas são devastadoras, pois estão propensos à depressão, ao isolamento social e, em casos mais graves, ao suicídio. Dessa forma, é possível ressaltar que a violência no ambiente virtual provoca bloqueios no que tange ao convívio social da vítima.         Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para que a internet não seja um canal de difusão da violência. Antes de tudo, é imprescindível que o Poder Judiciário, sobretudo, a Polícia Civil invista tanto na aquisição de tecnologia quanto na contratação de mais profissionais, tendo como intuito melhorar o atendimento as denúncias referentes a esse tema. Além disso, no caso das crianças e adolescentes, é de responsabilidade dos pais monitorar as ações de seus filhos na rede por meio de softwares como controle parental, um exemplo é o “Norton Família”, com o objetivo de detectar possíveis casos de cyberbullying.