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Enviada em: 05/04/2019

A tecnologia move o mundo. A ideia defendida por Steve Jobs reflete-se na sociedade contemporânea de diferentes formas, pois o crescimento tecnológico mudou todo o contexto das relações entre as indivíduos. A internet trouxe para o mundo avanços antes inimagináveis e a facilidade de encontrar diversas informações e comunicar-se com pessoas de todo o mundo são extraordinárias. Entretanto, muitos brasileiros acreditam que tudo é permitido dentro do mundo virtual e, devido a fatores como o preconceito e a falta de fiscalização nas redes, os discursos de ódio ganham espaço e o cyberbullying transforma-se em realidade no Brasil hodierno.            É importante ressaltar, a princípio, a presença de vários tipos de preconceito enraizados na cultura brasileira e suas influências na prática do cyberbullying. Dessa forma, tomando como base a perspectiva filosófica de Immanuel Kant, a educação ofertada dentro de uma sociedade interfere diretamente na formação dos indivíduos. Nesse sentido, observa-se que o bullying praticado no meio virtual é um reflexo do ensino brasileiro, da cultura excludente e do contexto social vivenciado, no qual os indivíduos enxergam-se no direito de menosprezar e diminuir o outro, acreditando, erroneamente, que atrás de uma tela de computador ou celular tudo é permitido.            Ademais, a ausência de informação e fiscalização nas redes abre diversas brechas para a persistência dos discursos de ódio no Brasil. Dessa maneira, convém destacar que, segundo o Código Penal brasileiro, as calúnias, os insultos, a discriminação e o preconceito por intermédio dos meios digitais são considerados crimes. No entanto, devido à falta de incentivo às denúncias e à falta de fiscalização efetiva, o cyberbullying e os demais crimes de ódio nas redes sociais crescem a cada dia mais e são cada vez normalizados pela sociedade, que leva tudo como uma brincadeira e, por isso,  os responsáveis passam impunes pela Justiça.              Compreende-se, portanto, a necessidade de medidas para atenuar e combater os crimes de ódio disseminados na internet. Logo, cabe primeiramente ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas e comunidades, investir em um ensino mais igualitário, por meio de aulas e oficinas interativas capazes de mostrar a importância de respeitar as diferenças entre os indivíduos. Além disso, o Ministério da Justiça, em conjunto com as redes sociais de grande alcance, deve aumentar as campanhas contra a discriminação nos meios digitais e melhorar, por meio de fóruns de denúncia online, a fiscalização do cyberbullying. Assim, o preconceito e os crimes de ódio serão, gradativamente, substituídos pelo respeito e pela tolerância no mundo virtual brasileiro.