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Enviada em: 21/07/2017

Na era da modernidade líquida, na qual as relações pessoais se desfazem com a mesma rapidez com que se interligam, a disseminação do ódio após o fim desses laços, por meio da tecnologia, tornou-se um crime comum. Por esse motivo, o papel da internet vem sendo colocado em questão, visto que é capaz de potencializar os efeitos adversos desse tipo de ação. No entanto, a rede é apenas um reflexo da sociedade e, portanto, para reduzir a incidência do cyberbullying, é preciso analisar suas causas.      É indubitável que a questão política esteja dentre as causas do problema. Apesar do empenho do poder legislativo para reduzir os crimes virtuais, podendo-se mencionar a aprovação da "Lei Carolina Dickman", as penas para os crimes que atentam contra a moral ainda são muito brandas, logo, precisam ser revisadas. Afinal, segundo Aristóteles, as virtudes morais não surgem naturalmente, sendo o caráter educativo e punitivo da lei um excelente modo de adquirir-se tal hábito.       Outrossim, destaca-se a decadência do papel da família na educação dos jovens. Considerando que essa é a primeira instituição a exercer o poder coercitivo do fato social sobre os indivíduos, é fundamental que  os pais repassem valores morais sólidos às crianças. Contudo, o ritmo intenso da sociedade capitalista reduziu o tempo de dedicação aos filhos. Dessa maneira, os jovens navegam, geralmente, sem controle ou orientação para suas condutas, conforme verificado em 2017, quando dezenas de jovens aderiram ao jogo suicida "Baleia Azul" dentro se suas próprias residências.       Fica claro, assim, que a internet não pode ser culpada pelos crimes de ódio ocorridos na rede, haja visto que os problemas são sociais e políticos. Com o objetivo de reduzir a incidência do cyberbullying, o poder legislativo estabelecerá penas mais duras aos crimes contra a honra, considerando seus graves efeitos no estado mental das vítimas. As escolas, por sua vez, atuarão na conscientização dos jovens e de suas famílias, por meio de oficinas ministradas por psicólogos que abordarão as consequências do ato e a importância do controle parental sobre as atividades dos menores.