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Enviada em: 07/08/2017

Sim, é bullying!       Os grandes avanços tecnológicos como a internet adentraram na sociedade trazendo um dinamismo nem sempre positivo, mexendo com o comportamento e o psicológico do indivíduo de formas inimagináveis. Concomitantemente, embora exista de longa data, retratado sutilmente nos gibis da "Turma da Mônica" ou escancarado no seriado como "Todo mundo odeia o Cris" o bullying que até então era visto como uma "brincadeira" inocente encontra no meio virtual um novo aliado. Rompe-se os muros das escolas e invade de vez o íntimo de cada vítima criando um ambiente desconfortável, de opressão, tortura e preconceito indo além do que o ser humano pode imaginar.        As vítimas de crimes virtuais são expostas de maneira tão avassaladora que os prejuízos ainda não são todos conhecidos. O professor e psicólogo Dan Olweus, pioneiro nos estudos sobre tendências suicidas entre adolescentes apertou o gatilho evidenciando o modo omisso como a sociedade agia com esse tipo de comportamento. Muitas vezes, por não haver legalmente um parâmetro que determinasse de fato o que seria o cyberbullying, o agredido era condenado por estar na situação de vítima, apontado como uma pessoa frágil, não sociável, fora de padrões e que por não suportar as diferenças ou transformava-se em um indivíduo "perturbado" ou cometia o suicídio.        Entretanto, do mesmo modo que a internet alavancou esse tipo de crime, também passou a ser utilizada como um refúgio para o isolamento das vítimas. Vários blogs, páginas e grupos extremistas visam recrutar crianças e adolescentes que ao buscarem ajuda são estimulados a praticarem vingança. Com isso, as mesmas tornam-se novos agressores, criando um círculo imprevisível ao ser fechado, sem saber quantas vidas podem estar em perigo como ocorreu na escola em Realengo a qual após sofrer bullying, o ex- aluno Wellington usou a internet para planejar o maior massacre no Brasil, extravasando tudo aquilo que o torturou durante anos de um modo lamentável.        Portanto fica evidente que a internet é uma ampla ferramenta de comunicação e com ela o governo poder criar uma plataforma virtual com vídeos de depoimentos, com conselhos de psicólogos , fazendo o acolhimento dessa vítima. Aos pais cabe o papel de acompanhar os filhos, os tipos de comentários que são postados à fim de corrigi-los quando necessário. Finalmente, a sociedade não pode aceitar como natural e engraçado a própria mídia fazer bullying, suavizar a situação, e depois quando ocorrer tragédias ficar procurando culpados pois uma boa parte da sociedade já cresceu acreditando ser normal torturar o vizinho, ou odiar  alguns Cris, está na hora de aceitar- " sim, é bullying!"