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Enviada em: 10/10/2017

A internet chegou no Brasil por iniciativa de comunidades acadêmicas de São Paulo e Rio de Janeiro no ano de 1988. Todavia, o grande ''boom'' da rede só ocorreu ao longo de 1996 e, deste então, o número de internautas brasileiros cresce vertiginosamente. Dessa forma, boa parte da população tem acesso à internet e a maioria possui contas em mais de uma rede social. Devido à participação expressiva da nossa sociedade nos ambientes virtuais, os cidadãos tornam-se cada vez mais expostos e suscetíveis a crimes cibernéticos e cyberbullying, tendo o Brasil níveis alarmantes de casos.          O Brasil é um país multicultural, logo apresenta diversidades étnicas, comportamentais, religiosas e sexuais. Como as pessoas cultivam a sensação de que a internet é uma terra sem leis, onde estão supostamente protegidas pelo anonimado, algumas a utilizam para cometer crimes contra minorias. Em Novembro de 2016, Titi Gagliasso, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, foi alvo de racismo. De acordo com seus pais, uma foto da menina publicada em uma rede social recebeu diversos comentários ofensivos, sendo que em um deles um seguidor comparou a criança a um macaco. O caso foi levado à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro e foram expedidos três mandados de busca e apreensão. A frequência com que casos como esse ocorrem é alarmante.         Através da internet, mensagens e comentários depreciativos alastram-se rapidamente, o que torna o cyberbullying ainda mais perverso do que o bullying. Os agressores utilizam dados confidenciais, mensagens e fotos privadas para atacar e ridicularizar suas vítimas, muitas vezes por acharem tais atitudes engraçadas. O suicídio da italiana Tiziana Cantone chocou o mundo em Setembro de 2016. A mulher teve um vídeo íntimo seu vazado, pelo qual lutou durante meses para que fosse retirado da rede, e tornou-se alvo de humilhações e perseguições virtuais. Angustiada, a jovem não aguentou tamanha violência e deu fim à própria vida. O cyberbullying é uma ameaça ao bem estar social.          O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário global de cibercrimes. Enquanto países como o Reino Unido criam divisões especiais para combater crimes de ódio na internet, a polícia brasileira encontra-se atrasada no quesito segurança cibernética. A fim de que o número de crimes diminua, o estado deve garantir, primeiramente, que as pessoas saibam se proteger. O Ministério da Educação pode exigir que todas as escolas deem aulas de segurança virtual, ensinando crianças e jovens a sempre instalar softwares de proteção, não compartilhar links desconhecidos e nunca revelar seus dados em sites suspeitos. Além disso, o governo pode buscar alianças com digital influencers que possuem grande público online para que ensinem, através de tutoriais no YouTube, como denunciar tais crimes. A própria internet pode ser a maior arma de combate se for usada com inteligência.