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Enviada em: 11/09/2017

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria", diz Brás Cubas no romance de Machado de Assis. Se vivo, hoje, talvez perceberia que acertou na sua decisão: a disseminação do ódio e da violência, tanto física quanto verbal, é uma das faces mais cruéis da sociedade. Com o advento e difusão da internet, o problema passou para as redes foi chamado de cyberbullying. Consequentemente, seja pela facilidade de expor pensamentos e opiniões, seja pelo falso sentimento de impunidade, o problema foi agravado.        Com o avanço tecnológico e da globalização, além do surgimento constante de novas redes sociais, a cada dia mais pessoas conseguem comprar ou ter acesso a aparelhos conectados na internet. Assim, coma facilidade de criação de perfis virtuais e do acesso diário, a disseminação do ódio e violência verbal, infelizmente, tornaram-se muito mais comuns e frequentes. Como exemplo de comentários ofensivos sem motivos, tem-se o caso da apresentadora da previsão do tempo do Jornal Nacional, Maju Coutinho, que ao ir ao ar pela primeira vez foi bombardeada por comentários racistas e ofensivos nas redes sociais.       Ademais, por estarem supostamente escondidos atrás de uma tela de computador ou celular, muitos dos agressores acreditam serem inalcançáveis, que podem fazer ou dizer o que quiserem e saírem ilesos, gerando um sentimento repugnante de incentivo ao cyberbullying. Entretanto, em casos mais graves em que ocorrem denúncias, a polícia é acionada e, por meio de conhecimentos tecnológicos, consegue chegar ao ofensor e puni-lo dentro da lei, já que a prática de violência online também é crime.       Logo, a fim de acabar com os problemas de ódio gerados pela facilidade e mau uso da internet, algumas medidas urgentes devem ser tomadas. Na esfera educacional, o Ministério da Educação deve instituir nas escolas palestras ministradas por profissionais que apresentem a gravidade dos discursos de ódio, para, por meio da educação, mudar o pensamento agressivo da geração. Já as ONGs sociais, em parceria com a mídia, devem criar campanhas que incentivem o uso das redes para o bem e recriminem o cyberbullying e divulgá-las online. Dessa forma, o lado positivo da internet, com comentários construtivos que espalham amor no lugar de ódio, prevalecerá e será criada uma sociedade a qual Brás Cubas se orgulharia.