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Enviada em: 12/09/2017

Cyberbullying: Uma agressão que vai além do mundo real. Sabe-se que a globalização alterou positivamente o panorama do mundo virtual, uma vez que ficou mais rápida e eficaz a maneira como as pessoas se comunicam, porém, em contrapartida, essa facilidade serve de alicerce para o mau uso dessa ferramenta. Nesse contexto, deve se destacar a presença crescente de indivíduos que cometem crimes virtuais mascarados pela impunidade e as sequelas causadas àqueles que sofrem as agressões.            Em primeira análise, cabe ressaltar que muitos países, inclusive o Brasil, a partir de 2016, passaram a reconhecer o bullying como crime contra a liberdade pessoal e pode levar à pena de reclusão. No entanto, há ainda vários obstáculos que impedem a inversão da problemática, visto que as penalizações para aqueles que cometem esse tipo de violência são ineficazes. Além disso, um fator agravante é que o cyberbullying pode ser feito anonimamente, o que inspira impunidade às pessoas que se consideram valentes ao utilizar da tecnologia para intimidar e insultar vítimas.    Ademais, é possível inferir que a ausência de meios e incentivos para que as vítimas denunciem os agressores corroboram para o agravamento de praticas como humilhação e ridicularização de indivíduos, que passam a ter suas identidades expostas na internet. Consequentemente, assim como abordado na série 13 Reasons Why, exibida pela Netflix em 2017, as vitima passam a ter sensações de medo e impotência, além de quadros de depressão ou automutilação ate que o suicídio se torna inevitável. Sintomas como  isolamento, sensibilidade emocional, nervosismo e rebeldia são grandes indícios de que a injúria cibernética se faz presente e contínua na  vida de um jovem.   Evidencia-se, portanto, uma crise na chamada “cultura da paz”, haja vista que há um imenso caminho a ser percorrido no combate aos crimes de ódio. Logo, é preciso que o Legislativo se reúna e discuta sobre uma possível Emenda Constitucional que estabeleça punições severas a agressores. Por sua vez, a Polícia Civil em parceria com a Secretaria de Assistência Social deve criar um ramal exclusivo para esse tipo de denúncia, além de oferecer auxílio especializado às vitimas das agressões. Outrossim, o MEC conjuntamente com psicólogos podem realizar intervenções nas escolas por meio de palestras a fim de alertar pais e alunos acerca da importância do reconhecimento dos sintomas e implicações do cyberbullying. Assim sendo, será possível amenizar o quadro atual e criar um ambiente virtual mais ético e dinâmico ao convívio social.