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Enviada em: 19/09/2017

TEMA: O DISCURSO DE ÓDIO NAS REDES SOCIAIS Caiu na rede, é peixe                                                  Acredita-se que no decorrer da formação do conceito de dignidade, o filósofo Immanuel Kant defendeu a ideia que todo ser humano é digno. Entretanto, na sociedade brasileira presenciam-se situações humilhantes, caracterizadas por atos e comportamentos que atentam contra a dignidade da pessoa humana: o discurso de ódio nas redes sociais. Em vista disso, é necessário analisar de que forma o pseudoanonimato e como a exclusão social colabora na perpetuação dessa violência.       Em primeiro lugar, a sensação de anonimato encoraja práticas agressivas e de intimidação nas mídias sociais. Isso porque os agressores, atrás de perfis falsos, aproveitam a sensação de segurança propiciada pelo mundo virtual e, concomitantemente, com a falsa ideia de liberdade de expressão irrestrita fazem citações nocivas e discriminatórias. Prova disso é que cerca de 84% das menções sobre tema como racismo, política e homofobia são negativas, como mostra uma pesquisa de 2016 do projeto Comunica que Muda. Sendo assim, a dificuldade em reconhecê-los se torna o maior problema, já que a maioria desses crimes continuam sem punição, colocando em risco a dignidade de todo usuário.         Segundo Zygmum Bauman em ''O mal-estar da pós-modernidade'', todas as sociedades produzem vítimas, e para combatê-las, as mesmas são devoradas e transformadas num tecido indistinguível, com o objetivo de tornar a diferença semelhante. De forma análoga, isso acontece nos crimes digitais, em que a maioria das vítimas são perseguidas e humilhadas afim de desqualificar e inferiorizar aquelas historicamente vulneráveis, seja por religião, cor da pele ou gêneros. Desse modo, o discurso de ódio é uma manifestação preconceituosa para excluir uma minoria e gerar conflitos contra o principal valor assegurado pela Constituição: a dignidade humana.        É evidente, portanto, que a persistência dessas declarações de ódio nas redes até os dias de hoje é resultado da dificuldade de identificação dos usuários e da cultura de exclusão. Com o intuito de reduzir o problema, as escolas precisam elaborar um projeto de conscientização social em relação ao assunto, recorrendo a aulas e reuniões capazes de alertarem os alunos para uma postura mais reflexiva e crítica do tema. Ademais, o Governo Federal, em parceria com a sociedade civil, deve criar canais de comunicação com a população, por meio de aplicativos de celular, para a realização de denúncias e a localização dos autores a fim de reduzir essa prática. Só assim todo ser humano terá dignidade também no mundo virtual.        Fica claro, portanto, que a persistencia dessa violencia virtual é resultado