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Enviada em: 05/10/2017

Individualismo triunfante       O conceito de aldeia global, criado pelo filósofo Marshall McLuhan, sugere que as novas tecnologias eletrônicas encurtariam a distância entre as pessoas e tornaria todos interligados. Embora tenha sido pensada para um bem maior social, o conceito de McLuhan virou do avesso e surgiu como um impulsionador dos crimes virtuais como o cyberbullying. Não obstante, a internet assume o papel de vilã ao incentivar o individualismo e a facilitar o anonimato de tais delitos.    Para Zigmunt Bauman, o principal problema da pós-modernidade é o egocentrismo. Analogamente, observa-se a forma na qual o cyberbullying é praticado, que a falta de coletividade e empatia pelo outro servem como base para discursos de ódio e intolerância, e são rapidamente propagados pelo meio virtual. Assim, percebe-se como a segregação é autenticada e difundidas pelas redes sociais, configurando um grave problema que é o bullying.    Outrossim, embora o Código Penal puna crimes na rede, a internet ainda é vista como uma terra sem leis. Nesse sentido, a frase de Edmund Burke “para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”, se encaixa perfeitamente. Seguindo essa linha de pensamento, nota-se como a facilidade do anonimato faz com que os criminosos criem coragem para realizar os delitos e a falta de denúncias crie a impunidade, permitindo que a fronteira tecnológica de comportamentos seja ultrapassada e que nada seja feito para controlar tais atos. Desse modo, observa-se como é necessária a pró-atividade da sociedade como forma de combate à problemática.    Entende-se, portanto, que embora as novas tecnologias sirvam como encurtadoras de distâncias, segundo Marshall McLuhan, elas são igualmente encurtadoras de crimes de ódio. Para combater tal problema, é preciso que o Ministério Público fiscalize mais amplamente a rede à fim de localizar e punir os criminosos virtuais, além de aplicar campanhas de abrangência nacional incentivando a denúncia e divulgando canais de comunicação para isso. Dessa forma, com a ação conjunta do poder público e da sociedade, o cyberbullying será repudiado.