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Enviada em: 23/10/2017

A Revolução Técnico-Científica, iniciada na segunda metade do século XX, permitiu o desenvolvimento de ferramentas importantes para a comunicação global, tal qual a internet. Todavia, a tecnologia possibilitou ,também, novos meios de se praticar bullying e crimes de ódio, utilizando-se do meio virtual. Nessa conjuntura, cabe pautar como a internet facilita esse processo e os possíveis danos ao indivíduo acometido por tais práticas.            A internet facilitou atos criminosos que já são praticadas há séculos, gerando um aumento na ocorrência de tais atos. A homofobia, a xenofobia ou o racismo, por exemplo, sempre estiveram presentes na sociedade, contudo, nunca de forma tão facilitada. Há quinze anos, um indivíduo, na maioria das vezes, precisava se expor para cometer a agressão. Hoje, basta criar um perfil falso em uma rede social e praticar as mesmas agressões de forma anônima e no conforto do lar, saindo muitas vezes impune.            Além disso, vale ressaltar as consequências psicológicas sofridas pela vítima, principalmente as jovens, devido as humilhações. Ansiedade, depressão e problemas de socialização e em alguns casos o suicídio, são alguns dos reflexos do bullying, como aponta a médica Ana Beatriz em seu livro "Bullying: Mentes Perigosas na Escola". Todavia, as chances de problemas como esses surgirem em vitimas de agressões virtuais são maiores, pois as redes sociais possibilitam uma maior exposição do indivíduo, tornando-o mais suscetível às agressões, essas expostas por tempo indeterminável e com uma plateia de testemunhas incontável. Logo, o potencial de constrangimento e dano, também, é ampliado.              Depreende-se, portanto, que medidas para atenuar a problemática precisam de ser tomadas. Logo, cabe às vítimas denunciarem as humilhações sofridas virtualmente em delegacias especializadas nesse tipo de crime, a fim de desencorajar a continuidade desses atos e diminuir a sensação de impunidade que corrobora essas práticas criminosas. Ademais, o Ministério da Saúde deve tratar a depressão e seus sintomas, que tanto acometem os jovens contemporâneos, como um problema de saúde pública, ampliando campanhas na mídia, relacionando a doença e o ciberbullying, além de criar espaços que recebam e tratem de forma gratuita as vítimas. Dessa forma, erradicar-se-ia, em partes, os problemas relacionados aos crimes virtuais.