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Enviada em: 31/10/2017

Após a explosão da bomba na Maratona de Boston em 2015, um grupo de internautas decidiu ajudar as investigações e encontrar os criminosos responsáveis pela tragédia. Reunidos pelo fórum anônimo Reddit, os "redditors" afirmaram ter encontrado o terrorista e tornou seu nome público, como consequência, ele e sua família receberam ameaças diárias em redes sociais. Porém, o acusado era inocente. Esse é apenas um dos casos que revela a internet como vilã por possibilitar o anonimato e a impunidade. Em suma, crimes de ódio e cyberbullying na rede tornam-se uma prática preocupante que exige medidas para ser combatidas.    Consoante ao pensamento do filósofo Zygmunt Bauman, a humanidade vive a "modernidade líquida", marcada pela dinamicidade, transitoriedade e individualismo. Devido ser uma extensão da sociedade, a internet apresenta essas características também. Portanto, é difícil tratar dos conflitos da rede, afinal, a sociedade não foi preparada para lidar com redes sociais, anonimato e muitas informações. Isso facilita a ação de criminosos que se aproveitam da ingenuidade da vítima. Assim, é indubitável que tem de haver uma conscientização maior acerca do mundo virtual.         Ademais, a intrínseca relação entre a realidade e a web revela a necessidade de legislar a última. Nota-se que a exacerbada liberdade proporcionada pela rede de computadores promove uma falsa sensação de impunidade, que pode ser comprovada com casos como a da jornalista Maju, vítima de comentários racistas nas redes sociais. Com efeito, leis como a Carolina Dieckmann e o Marco Civil demonstram tentativas válidas para mudar esse cenário e indicam um pioneirismo brasileiro em relação a um tratamento sensato da internet.           Dessa maneira, crimes de ódio e cyberbullying são problemas pós-modernos que necessitam ser enfrentados. Para tal, é necessário que o Estado crie órgãos fiscalizadores que garantam a punição de delitos virtuais, a fim de tornar a legislação mais rígida e desestimular potenciais criminosos. Outrossim, cabe as escolas tratar dos perigos da web, por meio de debates e atividades lúdicas com o intuito de conscientizar os jovens. Além disso, é importante que haja preparação do professor para que esse saiba trabalhar com os alunos o uso eficiente da tecnologia, através de cursos oferecidos pelo governo ou instituições especializadas. Apenas dessa maneira, a "liquidez" da modernidade será tratada de forma efetiva e possibilitará às futuras gerações viverem em um mundo desenvolvido socialmente, pautado na tolerância e respeito.