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Enviada em: 01/11/2017

Internet: ferramenta democrática ou disseminadora de ódio?      As redes sociais facilitaram a expressão de opiniões, sendo muito importantes nos debates políticos e como ferramenta democrática, como durante a Primavera Árabe, em que a internet teve papel essencial nos protestos. Porém, o empoderamento da opinião individual também trouxe consequências negativas, sendo uma delas o crescimento do discurso de ódio cada vez mais comum nas redes sociais. É imprescindível impor limites para a liberdade de expressão pessoal quando ela fere outros indivíduos. Para isso, vale ressaltar por que o Brasil é tão intolerante e até que ponto vai a liberdade.         Primeiramente, vale ressaltar o histórico brasileiro com regimes autoritários. Apenas durante o período de República, nosso país esteve durante a maior parte do tempo sob regimes autoritários como o Estado Novo de Vargas e a Ditadura Militar. Nossa democracia não teve oportunidade de amadurecer, fazendo com que a população não tenha facilidade em lidar com a diversidade. Assim, as redes sociais são o lugar perfeito para a disseminação de ódio contra as minorias, de cunho político e religioso, já que garante certo anonimato e a ilusão que crimes cybernéticos não são puníveis pela lei.     Ademais, a liberdade, quando garantida na Constituição, não é ilimitada. Os limites são dados por outros direitos garantidos constitucionalmente, tais como intimidade, a honra e a imagem pessoal. Também é papel do nosso país garantir o bem de todos, sem discriminações. Em tese, a liberdade individual não pode entrar em conflito com os direitos de outras pessoas. Se usada de forma ilimitada, a livre expressão de pensamentos vai contra os valores democráticos que regem nosso país, contribuindo para o preconceito e apologia à violência. Assim, o discurso de ódio e o cyberbulling aumentam a discriminação, indo contra os objetivos de uma sociedade mais justas.      Medidas devem ser tomadas, portanto, para diminuir o volume de discursos de ódio na internet, que podem atacar diversos setores da sociedade. Para tal, delegacias especializadas em crimes cybernéticos devem ser fundadas pela Governo Federal, com o intuito de investigar denúncias sobre discursos de ódio, possibilitando que o indivíduo perceba que o anonimato que a internet traz é ilusório. O Poder Legislativo deve formular leis específicas contra crimes digitais, com penas mais severas, sendo que o preconceito alcança um número muito maior de pessoas pela internet do que pessoalmente. As empresas como o Facebook e o Twitter devem também facilitar a denúncia de conteúdo impróprio pelos usuários. Com ações em prol dos direitos humanos, a Internet poderá ser usada como ferramenta democrática e de conhececimento e não como disseminadora de discursos de ódio e preconceito.