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Enviada em: 03/11/2017

"Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que se torne lei universal". Conforme Kant, as ações devem ser regidas pelo dever moral básico a fim de serem parâmetros para a sociedade. Todavia, isso não é levado em conta no que tange o uso irresponsável da internet. Nesse contexto, vale salientar as raízes históricas e os efeitos da aparente invisibilidade como precursores da propagação de crimes de ódio e de ocorrência de cyberbullying na rede.  É sabido que a cultura eurocêntrica se difundiu de modo a suscitar a intolerância ao que divergisse desse modelo. A religião católica e os atributos físicos europeus engendraram, a nível global, o que é "belo" - ser alto, magro, branco e de olhos azuis -,o qual foi ratificado e robustecido pela mídia contemporânea. Em consequência disso, esses padrões embasam casos de racismo e injúria social dos que não se enquadram a eles, consoante os sofridos pelas atrizes Taís Araújo e Cris Vianna, em 2015, por meio do Facebook.  Além disso, a recorrência de injúrias cibernéticas sem punições efetivas concebeu a falsa sensação de invisibilidade.  Tais práticas intencionais de bullying, sem a consideração da ética e da moral básica, visam intimidar, coagir e dominar aquele que é tido como vulnerável e, como no mundo virtual o anonimato é um facilitador, a maioria das vítimas não conhecem seus agressores e o ciclo de constrangimento e abuso se repete. Exemplo disso, são os relatos publicados pelo jornal A Voz da Cidade em que anônimos assediaram e insultaram usuários da rede social Sarahah.  Logo, fica claro que a falta de ética na rede, a padronização e a negligência da segurança virtual corroboram com essa conjuntura. Faz-se necessário, então, que a mídia, em parceria com o Governo Federal, promova a alteridade mediante abordagem de diferentes crenças, culturas e etnias em debates na internet , enredos de novelas e temas de comerciais televisivos, bem como maior difusão dos direitos da lei contra o bullying a fim de conscientizar, prevenir e conferir segurança à população.