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Enviada em: 09/04/2018

O advento da internet na sociedade brasileira atual possui diversos pontos positivos, como a aproximação entre pessoas geograficamente distantes, no entanto, por meio do anonimato, oferece liberdade e impunidade para ofensas e discriminações, principalmente entre jovens. De acordo com Pierre Bordieu, o pensar do ser humano é dependente de um sistema de disposições para a ação, dessa forma comportam-se os praticantes de bullying. Diante desse cenário, é válido investigar o motivo e os agravantes da violência em questão.    Em primeiro lugar, como todo estudo social, é imprescindível analisar o papel da sociedade na formação do imbróglio. A internet nada mais é do que um reflexo da população no panorama virtual, entretanto, grande parte dos seus usuários escondem-se em perfis "fakes" ou anônimos para atingir minorias. Todavia, por trás das telas há seres humanos que sofrem danos psíquicos e morais em decorrência desses atos inconsequentes e, muitas vezes, impunidos.   Outrossim, tendo em vista a teoria do Habitus de Bordieu, o indivíduo reflete aquilo que vê em sociedade. Dessarte, o bullying é fortemente praticado no âmbito cibernético porque já acontece no cotidiano social. Crianças e adolescentes não são somente os principais alvos como representam uma parcela significativa dos "bullys" em redes como o Facebook e o Twitter, logo que presenciam, em suas próprias casas e escolas, piadas de caráter intolerante e brincadeiras ofensivas e acham normal em repeti-las em seus círculos sociais.   Diante dos fatos expostos, é imprescindível a ação dos poderes Legislativo e Executivo para a criação e a aplicação de medidas contra o cyber-bullying, tornando utópica a impunidade e o anonimato virtual direcionando para crimes cibernéticos de ódio. Ademais, é indubitável o papel da sociedade civil organizada, principalmente da família para educar os menores visando torná-los cidadãos moralmente corretos, por meio de exemplos e diálogos abertos sobre os perigos das ofensas e exclusões em questão, além de controlar e guiar o uso de aparelhos tecnológicos e suas mídias sociais.