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Enviada em: 15/04/2018

A internet, a qual começou a ser desenvolvida na Segunda Guerra Mundial e foi aprimorada durante a Guerra Fria, faz parte do cotidiano de grande parte da população, caracterizada pela extrema facilidade na comunicação e no acesso às informações. No entanto, por não se tratar de interações presenciais, muitos agem irresponsavelmente, acreditando que a rede é uma terra sem leis. Assim, acabam utilizando-a, erroneamente, para propagar crimes de ódio e cometer o cyberbullying.             Em primeiro plano, a recente popularização da internet deve ser analisada. Pois, por esse motivo, as pessoas ainda estão amadurecendo seus comportamentos nesse ambiente. Ademais, os usuários da rede acabam confundindo liberdade de expressão com irresponsabilidade. Ou seja, abusam dos direitos que possuem para justificar a propagação de calúnias, insultos, difamações e outros tipos de crimes virtuais. Segundo a Organização Não Governamental SaferNet, houve um aumento de 15% nos casos de cyberbullying em 2015. Com isso, percebe-se um despreparo da população quanto à conduta adequada para a rede, além de um desconhecimento sobre os limites existentes nesse espaço. Também, o fato de estarem escondidos atrás de uma tela de um dispositivo eletrônico oferece uma coragem que não existe naturalmente.        Outrossim, percebe-se que, além da falta de educação, a impunidade é uma grande facilitadora para a ocorrência dessas ações. Apesar desses crimes já se enquadrarem no Código Penal Brasileiro, a falta de denúncias ainda é uma realidade. Isso, por sua vez, promove uma sensação de onipotência aos delinquentes. Quanto aos agredidos, estes podem sofrer graves danos psicológicos, uma vez que estão expostos ao mundo inteiro. Exemplo disso foi o caso da atriz Taís Araújo, que sofreu ataques racistas em uma de suas redes sociais em 2015. Dessa forma, algumas pessoas afetadas por crimes de ódio desenvolvem transtornos depressivos ou até chegam a cometer suicídio, o qual é a segunda principal causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos, consoante a Organização Mundial da Saúde.        Destarte, urgem medidas socioestatais para resolver o impasse. Inicialmente, é necessário que o Estado, por meio do Poder Legislativo e Judiciário, crie leis mais severas, agravando as penas e aumentando as indenizações às vítimas, e aplique-as adequadamente, além de oferecer o apoio necessário aos prejudicados. Quanto ao Ministério da Educação, este deve investir em educação digital nas escolas, inserindo-a nas grades curriculares dos ensinos fundamental e médio, a fim de preparar os jovens acerca do comportamento que deve ser adotado nas suas redes sociais. Por fim, cabe à sociedade civil e às empresas dessas redes a conscientização, mediante palestras sobre o assunto, intensificando o monitoramento e incentivando a realização de denúncias.