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Enviada em: 11/05/2019

Desde a década de 1760, com a Revolução Industrial, a sociedade vem mudando sua relação com tudo ao redor -- seja com o tempo ou com as novas tecnologias sendo instaladas nas fábricas. Porém, foi no fim do século XX quando o avanço tecnológico deu um dos maiores saltos da História: a internet. Assim, juntando-se a rapidez laborial da Inglaterra industrial com o fácil acesso à informação proporcionado pela internet, o encolhimento da capacidade de reflexão é uma consequência que deve ser combatida.   Em primeiro lugar, a rapidez e excesso do trânsito de informações vem causando uma ansiedade crônica na sociedade, que ganha dificuldade em praticar o uso consciente da tecnologia. Na Grécia da Antiguidade Clássica, a valorização do ócio era um dos pilares da manutenção da vida ativa, da prática política e das discussões nas ágoras, altamente apoiado pelo filósofo Aristóteles, que julgava esse período diário como essencial para a reflexão social e individual. Com isso, percebe-se o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos como maléfico para o raciocínio crítico, uma vez que rouba a parcela do dia destinada às atividades reflexivas.   Em segundo lugar, a ação da educação no ensino de um uso consciente da internet e no incentivo à reflexão é de grande importância. Essa responsabilidade, além das escolas, é também dos adultos de orientar crianças e adolescentes a respeito do uso dessa ferramenta. Dessa forma, é possível combater a crescente incapacidade de reflexão, principal sintoma do vício às telas, como afirma Jaron Lanier, considerado um dos pais da internet e defensor da moderação no uso de qualquer tecnologia, vilã da compreensão e do raciocínio quando de maneira inconsciente.    Portanto, é essencial a atuação das escolas na frenagem do uso abusivo de aparelhos eletrônicos e no incentivo à prática da reflexão, por meio de atividades lúdicas, como dança e teatro, e de palestras educacionais realizadas por profissionais na área da tecnologia e da saúde mental, destinadas a todos os membros da instituição -- funcionários, pais e alunos --, para alertar sobre o uso dessa ferramenta na busca por informação e sua moderação, estimulando o ócio para fins reflexivos e desenvolvimento cognitivo. Dessa maneira, será possível desvirtuar-se do vício às telas para uma prática consciente do raciocínio crítico.