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Enviada em: 18/05/2019

Destoante da realidade ideal, a internet, muito embora tenha facilitado o acesso à informação, restringiu a capacidade reflexiva do indivíduo. Nesse sentido, parte do problema está intimamente ligado ao fato de as redes sociais entregarem ao usuário uma informação pronta e minimalista, ou seja, uma perspectiva rasa e unilateral dos fatos concretos, limitando a possibilidade de pensar do indivíduo a partir de uma lógica racional e coerente. Além disso, a fragmentação da informação prejudica ainda mais esse cenário na medida em que impossibilita o acesso a materiais desvencilhados de uma narrativa tendenciosa e cobertos pelo véu ideológico.      Nesse viés,  uma das principais características do problema está relacionado à própria educação pessoal, tendo em vista que o poder de filtrar uma informação e refletir acerca dela depende, quase que exclusivamente, da capacidade intelectual do indivíduo. Sendo assim, pelo fato de a internet ser uma ferramenta relativamente recente, a sociedade como um todo ainda engatinha diante dos seus perigos e das suas consequentes precauções e dentro dessa lógica entram aspectos como as fake news, que abrem precedente para uma ampla discussão. Por isso, o pensamento crítico é uma ferramenta cuja valorização é de fundamental relevância para o contexto social e só é possível a partir da educação e conscientização para os riscos da internet.      Outrossim, a incapacidade de reflexão acerca do que é visto no meio virtual é altamente preocupante na medida em que pode levar a influenciar negativamente todo o tecido social, levando a conflitos e discussões desembasadas e, por vezes, desnecessárias. Nessa perspectiva, Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro, em sua obra O Imbecil Coletivo, alerta para os riscos de uma educação deficiente que leva os indivíduos à incapacidade de raciocínio individual e, possivelmente, a manipulação psicológica e comportamental à qual qualquer pessoa está exposta no mundo virtual. Dessa maneira, fica evidente que o tema gira em torno do desconhecimento dos perigos da internet e das suas informações na medida da sua inconfiabilidade absoluta.         Destarte, a internet é um ambiente no qual a informação está a disposição do usuário, mas que a capacidade de refletir sobre aquilo depende do indivíduo e de suas bases. Por isso, com o intuito de diminuir esse panorama, as escolas, tendo em vista seu poder e foco no ensino, precisa permitir a criação de espaços que discutam e debatam, dentro do limite da razoabilidade, sobre os aspectos negativos da internet, permitindo, com isso, inclusive, o desenvolvimento do pensamento crítico e racional individual e coletivo, a fim de impedir que esse cenário se perpetue ao logo do tempo. Desse modo, será possível valorizar a reflexão e a racionalidade em detrimento do senso comum.