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Enviada em: 23/05/2019

No século XIII, ocorreu aquela que, para alguns, foi a maior revolução da sociedade; a invenção da prensa por Gutenberg, visto que promoveu exponencial ampliação ao acesso à informação, antes monopólio da igreja. Hodiernamente, a internet é o que pode ser entendido como o estágio final da revolução de Gutenberg, pois democratizou o acesso à notícia e ao conhecimento. No entanto, fez isso de forma repentina,ou seja, a internet não veio acompanhada de um manual de instruções abrindo, dessa forma, espaço para um viés negativo: acabou por enfraquecer a reflexão individual.    Em primeira análise, deve-se reconhecer os benefícios do lado democratizador da internet, graças a ela se consegue acesso a informações sobre os mais variados temas bastando ao usuário se dispôr a procurar a infinidade de materiais informativos de qualidade. Nesse contexto, vale o destaque para as plataformas de ensino, as quais estão se popularizando, ao ajudar estudantes no complemento do ensino escolar.Ou, até mesmo, aprender instrumentos musicais sem gastar um centavo nas caras escolas de música através de plataformas como o "Cifraclub"? Logo, se bem utilizada, a internet promove benefícios indiscutíveis tanto para as classes altas da sociedade como, principalmente, para as classes médias e baixas.     Em segunda análise, porém, é necessário ressaltar que o bônus e o ônus da internet podem se confundir, ou seja, o fácil acesso à informação e às opiniões está atrofiando a capacidade reflexiva do indivíduo, impedindo-o de formular suas próprias teses. Desse modo, para exemplificar, pode-se fazer um paralelo com o método socrático de investigação de fatos,isto é,  Sócrates, por meio da dialética, estimulava o debate e a dúvida a fim de se atingir verdades e formular teses acerca de um tema.Entretanto, hoje, com a internet, para todos os temas em debate existem inúmeras opiniões já formadas e expostas na rede, bastando para o indivíduo escolher aquela que melhor se adeque as suas convicções e tratar a tese como própria, eliminando o processo de reflexão e debate.      Portanto, é inegável o progresso que a internet representa, porém, quando bem usada pelo indivíduo. Logo, para minimizar seu ônus, deve-se agir no cidadão, mediante ação do Ministério da Educação, passando a incluir disciplinas no ensino básico que tratem do uso consciente da internet, a fim de adaptar as futuras gerações à nova realidade da sociedade, a qual já está distante da vivenciada por Gutenberg.