Materiais:
Enviada em: 05/06/2019

Ainda é prematuro prever todo o impacto que a invenção da internet promoverá no espaço social. É evidente, que com essa ferramenta e mergulhado nesse ciberespaço, as distâncias são agora inexistentes e a comunicação tornou-se veloz e planetária. Contudo, é inegável que o ingresso no universo da internet vem promovendo uma automatização na sociedade e uma incapacidade de refletir, ora pelo pouco senso crítico dos usuários, ora pelo isolacionismo e liquidez das relações sociais.        A princípio, é preciso mostrar que o uso da internet não está sendo acompanhado de uma análise crítica no segmento sócio-digital. Assim, faz muito sentido, o pensamento do historiador britânico Arnold J. Toynbee o qual diz que embora nos tornemos deuses das tecnologias, permanecemos como macacos da vida. Essa verdade, ainda que inconveniente, personaliza a situação atual, na qual a habilidade de criticar o modo operante da internet não é realizada, e como consequência, o homem perde todo seu protagonismo. Além disso, o estudo analítico do sociólogo Pierry Levy, sinalizando que a sociedade se encontra condicionada, mas não determinada pela técnica, não reflete mais a atualidade, em virtude da pouca reflexão da sociedade frente a dominação do ciberespaço e da internet.        Outrossim, o fim da consistência e da estabilidade de formatos e relações sociais, como família, escola e comunidade, implica no problema. Desse modo, a filosofia de Zygmunt Bauman, e seu conceito de modernidade liquida em que as relações são voláteis, frágeis e curtas, representa a sociedade atual. Consoante a isso, essa dificuldade de manter relações sociais duradouras e o afastamento físico/pessoal imposto pela internet, manifesta-se na incapacidade de refletir diante das possibilidades que o universo digital oferece, promovendo uma negativa na sociedade, como o isolamento e a mecanização social. É notório, que para refletir é preciso interagir, sendo essencial o contato humano. Ao que parece, não será no futuro que os homens se tornem autômatos, como pensou o filósofo alemão Erich Fromm, mas no presente, e por diante se consolidará.        Logo, ações para garantir uma utilização reflexiva da internet fazem-se necessárias. Cabe as escolas promovam o desenvolvimento crítico dos estudantes precocemente e de forma continuada, por meio de diálogos, rodas de conversa, debates analíticos e reflexivos, a fim de garantir uma utilização reflexiva da internet. Ainda, cabe ao Ministério da Educação, por meio de projetos pedagógicos e programas, intensificar na grade curricular maior ênfase relativo no cenário digital. Finalmente, cabe ao governo (em suas três esferas) massificar campanhas, promover canais nas redes e divulgar cartilhas sobre a importância de manter-se relacionado em sociedade e os riscos da mecanização da internet.