Materiais:
Enviada em: 08/07/2019

O surgimento da internet decorrente das revoluções comunicacionais ao longo da trajetória humana marca o início da era digital e traz consigo o maior agente difusor de informações: a independência do meio físico. Desse modo, é correto afirmar que, embora o campo de atuação digital possa tender a um cenário utópico, há contrapontos importantes que restringem a plenitude da capacidade de autenticidade e funcionamento das faculdades mentais do homem.       Em primeiro lugar, é fulcral conhecer os motivos pelos quais a internet traz benefícios ao indivíduo. Destarte, o escritor Paulo Coelho disse que o caminho para o digital é sem volta, de tal modo, no contexto da fala desse, o mesmo havia sido questionado sobre o uso do kindle – ferramenta que disponibiliza a compra de livros para utilização digital. Desse modo, pode-se afirmar que a democratização do acesso atrelada à dinamicidade proporcionada pela tecnologia, fazem o cidadão estar cada vez mais inserido na “teia digital”.       Não obstante, assim como afirmou o escritor brasileiro Carlos Heitor Cony: A internet é poluidora, não no sentido ecológico, mas espiritual. De tal forma, o mesmo traduz um dos principais impeditivos do uso plenamente guiado pela razão: o desconforto gerado pela reflexão. Assim, o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman interseccionado ao de Immanuel Kant traduzem a restrição do uso racional da internet. O primeiro, afirma que a fluidez contemporânea contribui de forma negativa às relações humanas decorrentes da falta de tempo e dinamicidade moderna. Ademais, de tal modo, temos consecutivamente a brecha para a atuação do que Kant determina Menoridade intelectual – falta de autonomia do indivíduo sobre as suas faculdades mentais. Dito isto, percebe-se que, embora em primeira análise a internet possa tender à utopia do cenário tecnológico, visto afinco, surge o vetor da prolixidade informacional e seus respectivos prejuízos.      Torna-se claro, portanto, que o uso racional da internet é possível, mas encontra contrastes que o distanciam da máxima eficácia. Urge, porém, que o governo e as escolas atuem conjuntamente no sentido combativo de tais prejuízos. O MEC deve fornecer cartilhas de educação digital e inserir a matéria na Base Comum Curricular, para que as escolas trabalhem, através de palestras e seminários, a importância do vetor educacional tecnológico, com fito de mitigar os efeitos negativos da menoridade do intelecto digital nas gerações futuras. Só assim será possível estar em consonância ao pensamento pitagórico: Educar as crianças para que não precisemos punir os adultos.