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Enviada em: 25/02/2019

O primeiro exôdo rural do Brasil foi decorrente da industrialização durante a Era vargas. Nesse cenário, o crescimento dos centros urbanos ocorreu sem nenhuma organização, o que afetou a chamada mobilidade urbana. Com isso, constata-se a intensificação da problemática, seja pela negligência do estado, seja pelo individualismo dos brasileiros.   É indubitável que a questão estatal esteja entre as causas da problemática. Nessa perspectiva, durante a urbanização do país após a década de 30, a falta de planejamento dos políticos derivou no crescimento desorganizado da malha urbana. Assim, a classe inferior, predominante na sociedade brasileira, foi marginalizada para as áreas periféricas, uma vez que residir próximo aos centros urbanos demanda um alto custo. Dessa maneira, além da problemática acentuar as desigualdades sociais, também passou a causar engarrafamentos em determinados horários do dia.    Ademais, o conceito de Zygmunt Bauman que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos valores, destaca o individualismo existente nas sociedades pós-capitalistas. Nesse cenário, a locomoção se torna um fator decisivo para as relações econômicas, o que gera um inchaço nas vias decorrente do uso de carros e caminhões para satisfazer as necessidades empresariais. Dessa forma, o individualismo do brasileiro faz com que haja redução do olhar sobre a mobilidade da classe inferior, que fica refém dos serviços públicos de transporte.    Fica evidente, portanto, que é imprescindível a ação das prefeituras na criação de ciclovias nas áreas onde os engarrafamentos são constantes, a fim de facilitar a locomoção e garantir uma escolha ao trabalhador de ter sua mobilidade associada à prática de exercícios físicos. Sendo relevante ainda, a destinação de verbas do Ministério da Infraestrutura para a expansão das vias, criando passagens estratégicas e exclusivas para os ônibus, em busca de facilitar o acesso dos brasileiros dependentes dos serviços públicos aos centros das grandes cidades. Por fim, o desafio da mobilidade urbana distanciar-se-á da realidade brasileira.