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Enviada em: 27/02/2019

A migração do homem para a cidade, intensificada após o renascimento urbano no século XII, trouxe menores distâncias a serem percorridas com a aglomeração de serviços em um só lugar. Após quase um milênio e diversas revoluções, em especial as industriais e a do consumo em massa de automotores particulares, as cidades enfrentam o excesso de veículos nestes ambientes menores, em especial nos países emergentes, este caso do Brasil, com transporte público precário e pouca estrutura frente ao rápido avanço populacional nas metrópoles, resultante do forte êxodo rural mais recente.       Primeiramente, as grandes cidades brasileiras são recentes e, por isto, pouco adaptadas aos diversos meios de transporte existentes. Por exemplo, São Paulo, que no início do século 20 viviam ali cerca de 200 mil habitantes, hoje ultrapassa os 12 milhões. Com o aumento da renda, o carro passou a ter símbolo de status e, embora anteriormente houveram esforços de tentar aumentar o espaço para automóveis, ficou evidente a impossibilidade de comportar todos estes, ou seja, novas opções precisaram coexistir. Alternativas como ônibus, bicicletas e metrôs facilitaram o deslocamento em massa, mas ainda são bem menos populares que o carro. Portanto, torna-se imprescindível que a população se conscientize que é impossível comportar a todos no modelo rodoviário vigente.       Por outro lado, mesmo com a ciência dos habitantes da importância de desenvolver outros meios de transporte, há uma infraestrutura precária e hostil aos transportes individuais, como bicicleta, e uma rede insuficiente, cara e pouco eficiente no transporte coletivo. É fácil constatar o fracasso deste quando se percebe a atual preferência pelos aplicativos como a Uber, que utilizam um modelo de táxi a preços menores. A rede de ônibus tem problemas como preço alto, a falta de segurança e tempo gasto nas viagens. Um exemplo de ojeriza a isto ocorre em Curitiba, na qual a empresa responsável pelos coletivos, URBS, emitiu relatório a respeito da diminuição do número de usuários.       Em síntese, o Brasil necessita enfrentar o assunto nacionalmente, para que, em aliança com os municípios e estados, ofereça-se alternativas para melhorar a fluidez nos centros urbanos. Para isto, é necessário tornar o carro menos atraente, como a adoção de pedágios urbanos pelos municípios, como já ocorre em cidades como Londres, que desestimula o seu uso. Em contrapartida, deve-se oferecer um transporte alternativo melhor. Uma alternativa é investir integralmente o dinheiro coletado de pedágios urbanos em ciclovias, faixas de ônibus e subsídio de tarifas do transporte coletivo e, assim, fomentar meios de transporte mais limpos e que ocupam menos espaço, fator fundamental para as cidades funcionarem e conseguirem absorver o contigente populacional advindo da migração de pessoas do meio rural para o urbanos.