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Enviada em: 01/03/2019

Realidade móvel       O imobilismo, defendido por Parmênides, discorre que a realidade é imóvel. No entanto, o passar dos séculos e as mudanças que acompanharam o tempo provaram que essa teoria é refutável. Diante disso, a falta de planejamento público e a qualidade do transporte corroboram para que a mobilidade urbana brasileira seja tratada como uma problemática imutável.      A priori, o déficit governamental cria uma linha tênue entre o problema e a solução. A industrialização tardia, iniciada no governo varguista, em 1930, ocasionou um inchaço populacional na região Sudeste. Nesse contexto desordenado, mesmo com o decorrer das décadas, as grandes metrópoles não possuem elaborações para comportar a mobilidade dos cidadãos, posto que, conforme o Ministério do Transporte , o brasileiro gasta cerca de 1h30 no trânsito caótico. Desse modo, a função estatal de garantir o desenvolvimento populacional, de acordo com a Carta Magna de 1988, deve ser concretizada.      Além disso, o sucateamento veicular retarda o alcance do êxito. O Fordismo, pioneiro nos modelos de produções, induziu o consumo em massa e excedendo necessidades. Sob esse viés, o conceito de Ford se faz atual no Brasil, já que, as condições precárias dos transportes públicos influenciam no aumento de veículos nas grandes cidades, o que ocasiona superlotação de automóveis e, consequentemente, engarrafamentos babélicos. Dessa forma, a má estruturação da malha de transportes permite o crescimento exponencial dessa problemática vigente.     Torna-se fatídica, então, a necessidade de mitigar os problemas relacionados à mobilidade metropolitana. Logo, o Ministério do Transporte, em parceria com as concessionárias  privadas, deve melhorar o ir e vir populacional, para isso, é preciso obter mais linhas ferroviárias e mais trens disponíveis, a fim de acomodar dignamente o fluxo de usuários, uma vez que desinche o setor rodoviário. Ainda, cabe aos governadores, em junção com as secretarias municipais, decretar a melhoria imediata dos transportes públicos e fazer a rotatividade de carros em todas as cidades brasileiras. Só assim, o Brasil refutará Parmênides e terá uma realidade móvel.