Atualmente, existem diversos eventos que visam a conscientização e reflexão acerca de um mundo mais sustentável, como o Rio+20. Entretanto, o consumismo ainda está presente na mentalidade da sociedade, o que se reflete num grande número de carros próprios. Esse consumismo, atrelado à falta de alternativas sustentáveis, dificultam a mobilidade urbana no Brasil. Karl Marx teorizou que o capitalismo leva à fetichização da mercadoria. Para obter lucro, as marcas investem em propagandas, que inserem no imaginário coletivo uma necessidade de adquirir aquele produto. Os carros são grande exemplo disso, pois sua compra geralmente é associada ao sucesso pessoal. Assim, até para obter aceitação da sociedade, muitos indivíduos adquirem aquele produto, sem se questionarem sobre sua real necessidade. Tal consumo desenfreado gera danos ao ambiente e ao fluxo de transportes na cidade, sendo assim necessário estimular a escolha de alternativas de locomoção. Apesar desse consumo estar relacionado à mentalidade da população, o Estado também possui uma grande parcela de culpa nesse problema, por oferecer poucas opções de transporte limpo à população. Uma república, como o próprio nome diz, deve cuidar dos bens públicos aos cidadãos. Entretanto, o que se vê é o descaso governamental quanto à mobilidade urbana sustentável. O metrô, por exemplo, está presente em poucas capitais brasileiras. Também há pouco investimento na construção de ciclovias, o que inviabiliza o uso de bicicletas de forma segura pelos ciclistas. Para melhorarmos a mobilidade urbana, é necessário estimular o consumo consciente. Para isso, a mídia deve elaborar campanhas televisivas que visem questionar a real necessidade do automóvel próprio. Além disso, as Secretarias de Transporte devem fornecer subsídios fiscais para o aumento de opções limpas de transporte, como a criação de linhas de metrôs e ciclovias, melhorando o fluxo locomotivo das cidades do país.