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Enviada em: 20/03/2019

Mobilidade urbana refere-se às condições de deslocamento da população no espaço geográfico das cidades. No Brasil, tal questão, principalmente, em metrópoles é alvo de intenso debate acerca da precariedade do sistema de locomoção ao longo da cidade. Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de saúde pública da USP, o tempo médio gasto pelo paulistano no trânsito é em média 1 hora e 26 minutos diariamente demonstrando à urgência de resolução, pois acarreta males psicológicos como estresse e irritabilidade. Esse problema é oriundo da falta de incentivo estatal em outros sistemas modais e a escassez de consciência da população em relação ao trânsito.     De fato, a ausência de investimentos governamentais em políticas públicas de incentivo aos transportes que reduzam os engarrafamentos e congestionamentos como ônibus, metrôs, bicicletas e trens é causada por fatores diversos. Nesse contexto, um fator histórico é a política rodoviária implementada no governo de Juscelino Kubitschek na segunda metade do século XX investindo em rodovias em detrimento das ferrovias comprovadamente mais eficazes, pois permitem um menor custo em virtude da maior capacidade, além disso a corrupção, infelizmente, comum no Brasil provoca desvios de verbas que acarreta o sucateamento de ônibus, a pouca oferta de transportes coletivos disponíveis e a escassez de faixas exclusivas para ônibus e bicicletas, consequentemente gerando a preferência da maioria pelo automóvel particular.     Ademais, a carência de bom senso da população também é outro fator determinante. O desrespeito ás leis de trânsito como avanço de semáforo, estacionamento proibido e transitar na contramão são alguns das multas mais frequentes atrapalhando o ir e vir dos demais. O pedestre não está isento de cumprir com as obrigações impostas pelo Código de Trânsito Brasileiro que estabelece no artigo 254 que é proibido andar fora da faixa de pedestre e fora de passarelas subterrâneas, apesar de não estabelecer punições.      Portanto, a adoção de medidas eficazes torna-se necessária a fim de melhorar o cotidiano nas grandes cidades brasileiras. A secretaria de transporte de cada município deve repassar uma maior quantidade de verbas para o investimento em transportes coletivos de qualidade com alta oferta para todos, sistema de bicicletas compartilhadas e construção de pontes e viadutos funcionais, por meio do combate ao mau uso do dinheiro público, aumentando a fiscalização e punindo exemplarmente os criminosos. Em paralelo, a família, primeira instituição social, tem o papel de orientar por intermédio do diálogo acerca da importância das leis de trânsito e a necessidade de cobrar do Estado em relação à mobilidade urbana por meio de carretas e passeatas sempre pacificamente.