A mobilidade urbana é um dos principais desafios enfrentados pelos governantes das cidades brasileiras, e a população fica sujeita a situações caóticas de locomoção. Isso se deve, sobretudo, ao aumento discriminado de automóveis em circulação e à falta de incentivo a opções alternativas de locomoção. Logo, são necessárias mais ações das instituições formadoras de opinião e do Poder Público, visando ao enfrentamento dessa problemática. Nesse viés, o planejamento viário do Brasil, impulsionado durante as décadas de 1950 e 1960, foi baseado prioritariamente na construção de rodovias, por influência do incremento de montadoras automobilísticas na indústria nacional e pela visão de que o automóvel era sinônimo de progresso. No entanto, com as facilidades para adquirir seu próprio veículo, o número de transportes particulares no país aumentou exponencialmente com o passar dos anos e, com isso, as malhas viárias tornaram-se insuficientes para a demanda, gerando congestionamentos e dificultando a movimentação urbana. Desse modo, a população perde tempo no trânsito e se locomover em rodovias torna-se algo estressante, refletindo em atrasos diante de compromissos pessoais e profissionais, além do descompasso harmônico comportamental. Outrossim, os automóveis são contribuintes ativos do efeito estufa e a busca por mecanismos que amenizem esse problema é indispensável. Entretanto, o Brasil apresenta um sistema de transporte coletivo deflagrado, com veículos superlotados, sem acomodação adequada e sujeitos a atrasos, o que prejudica a escolha por esse mecanismo e contribui para o inchaço nas rodovias. Além disso, não há políticas efetivas de incentivo ao incremento de vias alternativas, como a introdução de ciclovias. Nesse contexto, de acordo com o levantamento do G1,somente 1% da malha viária do Brasil é composta por ciclovias,o que torna o mecanismo restrito e mostra que falta incentivo governamental àqueles que buscam formas sustentáveis para substituir o uso de automóveis. Portanto, é fundamental o comprometimento social e político para amenizar esse problema. Para isso, as escolas em conjunto com a mídia, devem discutir sobre a dificuldade de locomoção urbana por meio de mais campanhas educativas, com discussão gerenciada por especialistas, buscando tornar a população mais esclarecida e incentivar o uso de transportes alternativos. Ademais, é indispensável que o Governo invista em transporte público coletivo e em ciclovias, por intermédio da ampliação desses serviços, priorizando áreas mais movimentadas, visando a potencializar a busca por transportes que diminuam o inchaço viário e favoreçam a movimentação. Assim, a locomoção pode ser facilitada e a população beneficiada, contribuindo para melhor dinamismo social.