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Enviada em: 11/04/2019

Mobilidade urbana é um conceito que versa acerca da viabilidade de deslocamentos harmônicos dos cidadãos no interior das cidades. Entretanto, o crescimento acelerado e desordenado do meio urbano, somado a ineficiência e insuficiência de transportes públicos, pode condenar a factibilidade dessa condição. Logo, tais problemáticas geram inúmeras consequências a vida dos cidadãos, sujeitados a engarrafamentos cotidianos, horas perdidas no trânsito e constantemente submetidos ao estresse, o que, sem dúvida, afeta a qualidade de vida de toda a sociedade.       Foi a partir da década de 1950 que a população brasileira passou a viver majoritariamente nas cidades, e desde então tal crescimento só se intensificou, com 76% da população urbanizada em 2018, e projeções para mais de 90% em 2030, de acordo com dados da ONU. Tais referências apontam para um recrudescimento da vida em núcleos citadinos, que, historicamente, não só deixaram de serem assistidos por uma modernização da locomoção nesse meio, como se intensificaram processos que deterioram ainda mais a mobilidade, como a gentrificação e a periferização. Fenômenos como este isolam ainda mais alguns estratos sociais dos centros urbanos, uma vez que, somados a especulação imobiliária, polarizam e transformam o status quo de áreas antes destinadas à moradia, inferindo em seu isolamento. Dessa forma, explicita-se que o aumento da população, por si só, não justifica a péssima dinâmica da mobilidade que se tem hoje, mas sim fenômenos oriundos do processo desordenado do inchaço urbano, o que torna as cidades incapazes de prover infraestrutura abrangente a toda a sociedade sem um planejamento adequado.       Cabe ressaltar, ainda, que modernização da mobilidade urbana no brasil, pautada pela substituição dos modos de transporte preponderantes hoje, sobretudo os individuais, pode resultar tanto numa locomoção mais aprazível dentro dos núcleos urbanos, como um alento a sustentabilidade. Por conseguinte, o desenvolvimento atrelado ao incentivo ao uso de meios de transporte em massa, como ônibus, bondes e metrôs, ou  alternativos, como bicicletas e patinetes, suscita atitudes sustentáveis, que emitirão menores ou nenhuma quantidade de gases do efeito estufa, e coletivizarão o espaço urbano em prol de uma melhor locomobilidade.       Em suma, pode-se concluir que a problemática da mobilidade pode tomar outros rumos na atualidade, a partir da coadunação entre o Estado e companhias de tráfego urbano de cada cidade na  incentivação ao uso transportes mais sustentáveis, além da criação de pedágios urbanos, visando diminuir a circulação de carros, e com tal taxação, a promoção de investimentos maciços em veículos coletivos, de maneira a sanar ou ao menos mitigar a problemática da mobilidade nas cidades.