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Enviada em: 02/05/2019

O crescimento demográfico no século XX gerou desafios para a mobilidade urbana nas principais cidades do mundo. No Brasil, em 1956, o nacionalismo desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) investiu na indústria automobilística e na construção de rodovias. A partir de então, esse modelo econômico se perpetuou gerando um aumento exponencial no número de automóveis nos grandes centros urbanos, como São Paulo, sob influência do culto ao carro, proposto pelo capitalismo americano.      De acordo com Alexandre Gomide, doutor em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas - SP, as políticas desenvolvimentistas e a municipalização condicionaram ao caos da mobilidade urbana nas grandes cidades do país. O pesquisador esclarece que a modernização caracterizada pela construção de estradas, apoiada pelos governos militares,  contribuem para a dependência econômica do Brasil ao estrangeiro e o aumento das tarifas de transporte público nos anos 1980, resultando em inúmeras revoltas como o ''quebra-quebra'' de 1981, em Salvador, onde 600 ônibus foram depredados. Diante da insatisfação popular, em 1985, foi criado o ''vale transporte'' e a política de descentralização da administração do transporte publico, denominada ''municipalização'' foi confirmada na Constituição de 1988.      Somado a isso, a corrupção prosperou junto aos avanços urbanos e a falta de verba das prefeituras mantiveram as políticas públicas de translado citadinos deficitária. Nos últimos anos, mesmo com a criação da Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (2012), às ''Jornadas de Junho'' de 2013 demonstraram que o problema é grave e atinge diretamente o cotidiano dos brasileiros, notadamente no que tange ao preço das taxas de transporte público. A dificuldade do deslocamento dos cidadãos nos grandes centros urbanos é um problema também econômico, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPA). Tal realidade aponta para a urgência da aplicação do Plano Nacional focado na economia solidária, caracterizada pela sustentabilidade.     Com o intuito de reduzir os impactos da problemática de mobilidade urbana na sociedade, é adequado a efetivação das leis, o estímulo a sustentabilidade e a mobilidade não motorizada. Tais desígnios podem ser alcançados pela criação de ciclovias e a revitalização das ferrovias e hidrovias do país, a ser realizada pelo Ministério da Infraestrutura, prefeituras e o terceiro setor, isentando-o do fisco. Dessa forma, a mobilidade urbana se tornará mais sustentável e promoverá o desenvolvimento da nação.