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Enviada em: 10/04/2019

Conforme o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um ''corpo biológico'', por ser, assim como esse, composta por partes integradas. Desa forma, a fim de que esse organismo seja coeso, é necessário haver a garantia de todos os direitos dos cidadãos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre completamente, visto que a prerrogativa de ir e vir, assegurada pelo Artigo 5 da Constituição de 1988, está prejudicada pela superlotação dos transportes públicos e das ruas, além da má infraestrutura de muitos locais. Nesse sentido, esses problemas de mobilidade urbana acontecem porque o Estado e a comunidade são pouco ativos na busca de soluções para isso.    Decerto, a Administração Pública é uma das culpadas por haver os problemas de locomoção no ''país verde-amarelo''.Isso se deve ao fato de que,segundo o filósofo Thommas Hobbes,o Estado existe para garantir o bem-estar da população e,já que há esse impasse,ele não cumpre sua função.Desse modo, o Poder Público deveria assegurar transporte comunitário suficiente e de boa qualidade e estradas bem pavimentadas e largas para todos,o que não ocorre,evidenciado pela super-lotação de ônibus e metrôs, na maioria das vezes, e pelo elevado índice de acidentes. Nessa lógica, um exemplo da passividade da Administração é que, no Rio de janeiro, até 2016, era para ter ar-condicionado em todos os meios de locomoção públicos, todavia, em 2019, há esse benefício em menos de 50% deles, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, comprovando que esse quadro precisa ser alterado.     Entretanto, os brasileiros também são responsáveis pelos problemas de mobilidade urbana existentes. Essa questão está condicionada ao fato de que grande parcela das pessoas preferem o meio privado, quando dispõe dele. Dessa maneira, há muitos carros transportando poucas pessoas e isso causa a superlotação das ruas, o que concretiza a fábula da lebre e da tartaruga. Isto é, as formas que são consideradas mais rápidas de locomoção- a lebre- chega aos lugares depois das que seriam mais lentas- a tartaruga- pois não há fluidez no trânsito e, por isso, pedestres e ciclistas estão chegando a seus destinos primeiro, o que deveria fazer a grande parte da comunidade repensar no seu modal de transporte, no entanto, ainda assim, muitos indivíduos ainda escolhem seus carros.     Portanto,a fim de que haja,no Brasil,o aperfeiçoamento da mobilidade urbana,a Receita Federal deve destinar mais verbas ao Ministério dos Transportes,ao qual cabe melhorar a qualidade dos transportes  públicos e das ruas, por meio do aumento das frotas de ônibus e metrô e de assento neles, além da adição de ar-condicionado em todos e, ainda, do alargamento das ruas, com o fito de haver mais ciclovias e de pavimentar as cidades integralmente, o que incentivará a busca por modos alternativos de locomoção.Destarte, o ser durkheiniano será reparado e a sociedade se tornará coesa.