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Enviada em: 08/07/2019

O deslocamento populacional que ocorre dentro da cidade caracteriza a mobilidade urbana. De tal modo, podemos perceber que, nos países desenvolvidos há certa preocupação em oferecer estabilidade para a população neste quesito. Outrossim, no Brasil, é possível observar que o descaso governamental atrelado a uma cultura automotiva construída historicamente, corroboram para uma ineficaz mobilidade urbana seguida de impactos nos ramos social e ambiental.     Em primeiro lugar, é preciso destacar a inadimplência das ações da classe política frente aos problemas da macrocefalia urbana. Assim como na obra de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, em que o eu lírico descreve a figura política do deputado Dutra como “um pouco irritado com os males públicos, mas não preocupado em resolvê-los depressa” torna-se atemporal relativamente ao descaso do poder público com questões como eficácia da mobilidade urbana. Desse modo, pode-se perceber que, anterior a qualquer problema estrutural urbano, existe uma provável potencialização desse pela ação negativa dos representantes democráticos.     Não obstante, a saturação dos transportes de massa, somada à cultura automotiva erguida no Brasil refletem o atual cenário: caos urbano. Nesse viés, a construção de rodovias por Juscelino, na década de 50 e Geisel, na década de 80, com o pró álcool, foi inserida, no brasileiro a ideia dos benefícios da adoção do automóvel sem lhe apresentar as possíveis consequências. Dito isso, percebe-se que a ineficácia da demanda do transporte público no Brasil, somada a inserção cultural automotiva sofrida pelo cidadão levam a impactos, tanto no viés social, quanto no ambiental, uma vez que o número exponencial de veículos gera problemas tais quais o agravamento do efeito estufa e as chuvas ácidas.     Torna-se claro, portanto, que a mobilidade urbana brasileira não é somente conceitual, mas também, tida como um desafio à melhoria da vida nas cidades. Urge, porém, que o Ministério dos transportes forneça cartilhas e subsídios para os municípios, no intuito de promover melhorias na gestão do transporte público e ampliação na construção de linhas férreas, que surge como uma possível saída para o caos urbano (trânsito). Ademais, um mutirão populacional deve ser formado com fito de cobrar, de seus representantes, maior atuação no quesito da eficácia no deslocamento urbano. Assim, somente com a efetividade de tais ações será possível mitigar a ocorrência de figuras como o deputado Dutra e restringi-la ao universo literário.