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Enviada em: 15/07/2019

Aumento nas tarifas. Superlotação. Veículos sem manutenção. Acessibilidade precária. Trânsito caótico. Contrariando a Constituição Federal, que tem como uma de suas garantias fundamentais o direito de ir e vir aos cidadãos, a mobilidade urbana no Brasil apresenta diversas falhas no que diz respeito à qualidade dos serviços oferecidos, ampliando significativamente a insatisfação das pessoas dependentes desses meios de transporte.        Primeiramente, é possível apontar que essa defasagem social contribui para o crescimento ascendente do número de veículos particulares nas ruas, já que a população insatisfeita enxerga vantagens em um meio de transporte próprio. Entretanto, essa alternativa promove um trânsito caótico com engarrafamentos quilométricos, porque mesmo os grandes centros não estão estruturados – apresentam má sinalização e iluminação, buracos nos asfaltos, altos índices de violência – para suportar esse fluxo desordenado de carros, motos e ônibus. Em São Paulo, por exemplo, há um esquema de rodízio de veículos para tentar amenizar esses problemas, mas ainda assim é uma medida insuficiente.       Outro ponto negativo dessa realidade é a dificuldade de locomoção que os portadores de necessidades especiais enfrentam, visto que a acessibilidade está diretamente ligada à mobilidade urbana: não há acesso se não há planejamento e aplicação de medidas inclusivas. Dessa forma, fica claro que essa insuficiência afeta a população em vários níveis, chegando até mesmo a provocar, por exemplo, males advindos do estresse, segregação e acidentes. Isso acontece porque não há conforto nem comodidade nos veículos que na maioria das vezes estão superlotados e as viagens duram períodos cada vez mais longos.        Portanto, é viável pensar em soluções para o problema. Por isso, as Secretarias dos Transportes Metropolitanos de cada estado devem ampliar a quantidade de linhas de metrô no território brasileiro, por meio de maiores investimentos financeiros e fiscalização de funcionamento que garanta pleno bem-estar da população, com o intuito de desincentivar a busca pelo transporte individual e facilitar a locomoção urbana no Brasil. Dessa forma, o Brasil se distanciará de seu passado histórico, rumo a uma mobilidade adequada e digna.