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Enviada em: 07/05/2019

O patriarcado, sistema social em que os homens adultos mantém o poder primário sobre a família, conservou sua estrutura ao longo da história da sociedade, alinhado à preservação da desigualdade de gênero e submissão da mulher, representada como pacata e do lar. Todavia, observa-se, na contemporaneidade, a autonomia feminina, frente ao mercado de trabalho e a alteração do modelo parental de família para maternal. Entretanto, a presença de discursos de ações que expõe a ideia de superioridade do homem ainda é evidente, o que dificulta a conquista de igualdade, no tocante ao trabalho, sobretudo pela ineficiência estatal e o equivocado argumento do sexo frágil.    Primeiramente, a imposição biológica à imagem da mulher marcam estereótipos de discriminação,  ausentes de ações do governo para mitiga-los. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman  conceituou em sua obra, Modernidade Líquida, as "instituições zumbis", cuja função não é mais exercida,  embora mantém - a qualquer custo - sua forma. Nesse contexto, a justificativa de gravidez e os  sintomas do ciclo menstrual que impedem de trabalhar constituem rótulos de preconceito atribuídos  para fundamentar o discurso de inferioridade, presente na diferença salarial. Prova disso, a atriz Sophie Turner afirmou receber salário menor que o ator Kit Harington, ambos da serie televisiva Game of Thrones.     De outra parte, o reconhecimento da figura feminina como base para o desenvolvimento do país ainda é negligenciado. Nesse viés, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), pouco mais de 51% da população brasileira são mulheres, antagônico à parcela representante na esfera política, sendo menor que 30%. Diante disso, a equidade de gênero se distancia, a medida que a minoria representante política luta, sozinha, para que as marcas machistas da história não preservem, assim com a 1ª Onda do Movimento Sufragista - final do século XIX - buscou o direito igualitário, sendo as mulheres do movimento operárias e, ao mesmo tempo, donas de casa.      Destarte, urge a primordialidade de ações governamentais que visem atenuar a problemática. Para isso, cabe ao Ministério Público Federal, em conjunto ao Tribunal Superior Eleitoral, a criação de cotas de gênero para facilitar a entrada de mulheres aptas a exercer o cargo na câmara e no senado. Ademais, é inevitável que o Estado desenvolva um projeto de análise das profissões com diferença salarial e acrescente, anualmente, um aumento percentual do salário da mulher, de maneira que a barreira da desigualdade no mercado de trabalho seja quebrada e a importância da mulher para o desenvolvimento do país seja legitimada.