Materiais:
Enviada em: 25/04/2019

Destoante da realidade ideal, a mulher brasileira enfrenta uma ampla gama de desafios em relação ao universo do mercado de trabalho. Nesse viés, um dos principais problemas associado a isso diz respeito à disparidade salarial entre os sexos em função, pura e simplesmente, de uma diferença biológica e não da capacidade individual e eficiência. Além disso, historicamente, a mulher sempre teve sua imagem atrelada a uma espécie de símbolo de fragilidade e impotência, estando em uma relação de subserviência perante a figura masculina. Sendo assim, percebe-se que a questão tem ligada à si um viés estrutural arraigado ainda à sociedade moderna como reflexo de um passado de ignorância.        Nesse sentido, a desvalorização da força de trabalho feminina representa uma total falta de respeito à dignidade em função da mediocridade de um pensamento intransigente e ultrapassado de uma maioria massacrante no Brasil, incluindo nesse contingente as próprias mulheres. Sendo assim, elas representam ainda menos da metade dos trabalhadores brasileiros, alcançando 44% do total, segundo dados do Ministério do Trabalho, em um cenário de recente e paulatina melhora em relação às décadas pretéritas em que a omissão e o desrespeito eram as únicas bandeiras levantadas sobre o assunto. Por isso, já é notável os avanços diante da conquista de direitos e do alcance de uma certa igualdade isonômica dentro do contexto democrático, entretanto,é necessário, ainda, muitos avanços.      Ademais, o movimento feminista surgido após a Revolução Francesa no final do século XVIII, influenciou muito o atual panorama, uma vez que possibilitou que as mulheres passassem a ter voz. Nessa perspectiva, é fundamental levar em consideração a máxima do historiador francês March Bloch, segundo a qual "a ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente, compromete, no presente, a própria ação" e, desse modo, é preciso perceber e valorizar esse passado que deu origem a todas essas atuais conquistas para que se possa continuar prosseguindo. Por conta disso, é premente que as próprias mulheres tomem ciência do seu dever de luta e do seu potencial para alcançar objetivos, consoante a lógica de Simone de Beauvoir: não se nasce mulher, torna-se.      Destarte, o mercado de trabalho brasileiro ainda é um ambiente hostil para a mulher em função dos seus muitos empecilhos. Para mitigar esse problema, é preciso, pois, que o Estado, na figura do Ministério do Trabalho, intensifique as normas trabalhistas no que se refere à manutenção do equilíbrio salarial e de tratamento dentro do ambiente laboral a fim de impedir disparidades de ganho motivados por preconceitos ou por pura irrazoabilidade diante de uma característica biológica comum. Isso pode ser feito por meio de emendas constitucionais que obriguem o empregador a estipular um tabela fixa de salário para cada cargo, excetuando-se aqueles comissionados. Assim, melhorar-se-á o cenário atual.