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Enviada em: 01/05/2019

No final do século XVIII, a sociedade inglesa é virada de cabeça para baixo com o início da Revolução Industrial, transformando intensamente a sociedade, a economia, a política, a religião e a educação. Com ela, a grande demanda pela produção em larga escala provoca a contratação feminina nas fábricas, e, mesmo com desigualdade salarial, as mulheres conquistam seu espaço no mercado de trabalho. Porém, cerca de 250 anos depois, o Brasil ainda sofre com a baixa inserção feminina nesse ambiente, além da falta de interesse em desenvolver políticas que revertam esse quadro.   Em primeiro lugar, a indiferença, por boa parte da sociedade brasileira, em estimular e inserir a mulher no mercado de trabalho é um dos principais fatores que consolidam sua exclusão. No livro "O Segundo Sexo", da filósofa Simone de Beauvoir, a causa da submissão feminina é desmistificada, ou seja, a autora a expõe como um problema social, não biológico, construído ao longo da vida e que atrofia o potencial da mulher, em especial, na carreira profissional. Além desse estudo, sua máxima "suas asas são cortadas, mas ainda assim ela é culpada por não saber voar" contribui para a tese de que o desinteresse em educar garotas, desde a infância, enfatiza seu pouco estímulo para ingressar no mercado de trabalho, as afasta do sucesso profissional e as mantém presas nos moldes tradicionais da "postura feminina" -- mãe, dona de casa e dependente do marido --, impondo um limite sobre suas capacidades extraconjugais.   Em segundo lugar, para promover a entrada da mulher no mercado de trabalho, é preciso atualizar a educação, rompendo com os preconceitos desde a infância e incentivando o ensino igualitário. Assim como o filósofo utópico Charles Fourier afirmou que para alcançar uma sociedade justa é preciso se desfazer das tradições injustas, como os moldes familiares -- cuja concentração de poder encontra-se no patriarca --, pode-se afirmar que para alcançar a equidade na sociedade é preciso atualizar as práticas educacionais. Dessa forma, desenvolvendo um ensino igualitário, sem perpetuar ideais preconceituosos, e valorizando a singularidade dos alunos, ou seja, e os estabelecendo em uma relação horizontal, sem privilégios, não será necessário chamar seu pensamento de utópico.   Portanto, é dever do Estado promover a inserção da mulher no mercado de trabalho, por meio da revisão de leis que diminuem sua atuação nesse meio, a fim de construir um ambiente igualitário e ascendente. Ademais, é necessária a ação das escolas para a educação dos jovens de maneira equalizada, desfazendo-se dos preconceitos tradicionais que inferiorizam a figura feminina, por meio de atividades lúdicas, como teatro e dança, com objetivo de contribuir para uma sociedade mais justa. Dessa maneira, será possível incentivar o ingresso das mulheres no mercado de trabalho.