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Enviada em: 01/05/2019

Os movimentos feministas, no século XIX, obtiveram muitas conquistas, dentre elas, o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, como sempre desejou a escritora francesa Simone de Boauvoir, símbolo da luta pela inclusão feminina. Entretanto, a ampliação das vagas de trabalho para as mulheres brasileiras não têm apenas carácter de vitória,  como também é uma condenação à morte prematura, visto que as mulheres realizam duplas jornadas de trabalho e estão adoecendo.      Em primeiro lugar, é importante ressaltar que as mulheres que trabalham fora das suas residências também necessitam realizar tarefas inerentes ao lar, como, por exemplo, limpeza,  cuidados com os filhos e administração financeira. No livro "banalidade do mal" Hanna Harendt explica que o mal pode acontecer sem ser percebido, apenas realizando tarefas burocráticas cotidianas. Nesse contexto, é perceptível que as mulheres contemporâneas realizem essas duplas jornadas de trabalho de forma habitual, pois estão intrínsecas na cultura moderna, sem perceberem o mal que advém dessa atitude como a diminuição do tempo com a família, estrutura basilar da sociedade, e o desgaste físico e mental.     Ainda, a expansão das mulheres no mercado de trabalho corrobora com a mudança de hábito e, consequentemente, com o aumento de doenças ocupacionais. Segundo Zygmund Bauman, em seu célebre livro Globalização, consequências humanas" é nítido a associação das doenças laborais com o desenfreado ritmo de trabalho da líquida modernidade. Consoante a isso, as mulheres estão propensas a desenvolverem doenças que antes não ocorriam como infarto, depressão e síndrome do pânico, tipicamente relacionadas ao estresse do trabalho.     Fica evidente, portanto, que o aumento da inserção da mulher no trabalho teve consequências ruins para ela e para a sociedade. Por isso, o Ministério do Trabalho deve promover mudanças na legislação trabalhista para auxiliar as mulheres a terem maior qualidade de vida e menos riscos ocupacionais, por meio da diminuição da carga horária total, sem prejuízo de salário, visto que as mulheres são importantes atuantes na estrutura familiar, realizando essa ação, o Estado garantirá o equilíbrio social dos indivíduos. Assim, poder-se-á entender a luta da Simone de Bouviour como uma conquista para as mulheres.