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Enviada em: 03/05/2019

Na mitologia Grega, Zeus e Hera eram casados e filhos de Cronos e Reia. Assim, mesmo possuindo os mesmos poderes, apenas Zeus comandava a morada dos deuses, o Olimpo. Não obstante, as desigualdades das funções desempenhadas por homens e mulheres ainda existem. A saber, um marco da efetivação das mulheres no mercado de trabalho foi a 2ª Guerra Mundial, situação na qual elas assumiram a posição masculina nos ofícios. Logo depois, o capitalismo consolidou esse novo arranjo. Contudo, a participação feminina no âmbito profissional ainda passa por obstáculos e preconceitos em sua jornada.        A priori, as mulheres passam por diversos empecilhos para ascender profissionalmente. Acerca disso, existe o fenômeno Teto de Vidro, que evidencia as barreiras invisíveis enfrentadas pelo gênero feminino no setor corporativo. Dessa maneira, as profissionais devem vencer dificuldades a mais para uma boa colocação no seu ramo empregatício, como as tarefas domésticas. Para se ter uma ideia, as brasileiras dedicam, em média, 21,3 horas semanais aos afazeres domésticos, enquanto os homens destinam cerca de 10,9 horas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Desse modo, tais impasses se refletem nas desigualdades de oportunidade de trabalho.        Em uma segunda análise, ainda ocorre a discriminação do lugar feminino no mercado. A esse respeito, em 2019 a cientista Katie Bouman, responsável por liderar uma equipe de pesquisadores que capturaram a primeira foto do buraco negro, foi vítima de ataques sexistas. Destarte, é evidente o descrédito em relação às conquistas profissionais das mulheres. Nesse contexto, a socióloga Hannah Arendt afirmou que quando uma situação ocorre de maneira frequente, ela pode ser banalizada. Entretanto, é inaceitável trivializar a diferença de reconhecimento profissional baseada em preconceitos.        Fica claro, portanto, que apesar da sua massiva participação no mercado de trabalho, as brasileiras ainda sofrem com as dificuldades que lhes são impostas e o preconceito. Para sanar esses problemas, o setor de Recursos Humanos das empresas e instituições pode sensibilizar os colaboradores sobre a igualdade de oportunidades por meio de palestras ministradas por profissionais reconhecidas e reuniões com apresentação de dados e pesquisas sobre o tema, com o fito de reduzir ao máximo a falsa percepção de que aptidão é definida por gênero. Ademais, as novelas e programas de televisão podem abordar o assunto ressaltando a importante trajetória feminina e seu esforço para conquistar seu lugar nos ofícios, a fim de quebrar os paradigmas tão banalizados pela sociedade. Somente assim, a história de Zeus e Hera ficará bem distante da realidade.