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Enviada em: 16/05/2019

Segundo a filósofa Simone de Beauvoir, apenas o trabalho pode diminuir as disparidades históricas existentes entre homens e mulheres. No entanto, nos dias atuais, muitas mulheres ainda passam dificuldades no mercado de trabalho, como na busca por empregos e também no que se refere ao oferecimento de salários menores em um mesmo cargo. Dessa forma, esse problema possui raízes amargas no Brasil, seja pela herança histórica, seja pelo mau cumprimento da Constituição Federal.       Inicialmente, é indiscutível que a herança histórica e cultural esteja entre as causas dos impasses que as mulheres enfrentam na busca de empregos. De acordo com o sociólogo Pierre Bordieu, a sociedade tende a incorporar e adotar costumes de época, assim, o machismo e a ideia de que o dever das mulheres é apenas cuidar do lar e dos filhos, perpetua na sociedade. Analogamente, muitas mulheres não conseguem se inserir no mercado de trabalho, pois, não conseguem conciliar a rotina de cuidados com a casa ou os postos de trabalho preferem contratar homens que, na teoria, podem dedicar-se totalmente ao trabalho. No entanto, é inadmissível que, em um país tão desenvolvido, algumas mulheres ainda enfrentem tanta discriminação na busca de trabalho.        Além disso, toma-se o mau cumprimento da Constituição como impulsionadora da problemática em questão. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens ganham mais que as mulheres em todos os cargos, em alguns, isso chega a mais de 62,8%. Isso porque, o mercado de trabalho tende a contratar mais homens, por imaginar que mulheres estarão menos presentes, por terem a ideia de que somente elas cuidem dos filhos, da casa ou precisam de licença maternidade. Desse modo, o mercado de trabalho evita contratar mulheres e, quando contrata, diminui o salário pelas possíveis ausências que a mulher pode apresentar e, o Poder Público evita fiscalizar, a lei, pois, seus interesses socioeconômicos se sobrepõem. Porém, não se sustenta a tese de que o Estado não cumpra a igualdade prevista na Constituição Federal, pela falta de fiscalização.        Portanto, diante do exposto, nota-se que o problema requer medidas efetivas para ser amenizado. Assim, o Ministério da Justiça deve implementar campanhas que diminuam as disparidades encontradas no mercado de trabalho, por meio do incentivo à empresas que aumentarem a igualdade entre homens e mulheres e exposição de materiais e discussões sobre a importância da destruição dos estigmas históricos com as mulheres, aumentando os subsídios que aplica nessas ações sociais e no controle do cumprimento das leis, como forma de extinguir as disparidades entres gêneros e realizar a orientação necessária aos postos de trabalho. Espera-se, com isso, assegurar a transformação do Brasil em uma sociedade justa e igualitária.