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Enviada em: 11/06/2019

Segundo a filósofa brasileira Marilena Chauí, a democracia deve ser um sistema com direitos igualitários para todos, sem ações que prejudiquem um grupo em prol do outro. No entanto, esse sistema é dificilmente efetivo no mercado de trabalho, visto que a população feminina não possui os mesmos direitos que são concedidos aos homens. Nesse sentido, para que seja conquistada uma convivência realmente democrática, devem ser analisadas as verdadeiras causas dessa problemática.        Em uma primeira análise, é importante compreender a questão a partir de fatores culturais e históricos. Nessa perspectiva, apesar dessa minoria promover inúmeros movimentos pela garantia e efetivação de seus direitos, como a Segunda Onda Feminista em 1960, os efeitos de uma sociedade marcada por uma cultura machista permanece diminuindo a figura feminina - vista como um ser subordinado, secundário -, até os dias de hoje. Tal fato pode ser diretamente comprovado pelas diversas denúncias de assédio sofrido pelas mulheres em seu próprio ambiente de trabalho. Dessa maneira, é fundamental a reforma de valores da sociedade civil, para que não haja persistência nessa problemática supracitada.       Outrossim, cabe entender aspectos que permitem a manutenção dessa problemática. Nesse sentido, por consequência de um corpo social fundamentado por ideais patriarcais, as mulheres sofrem com a desvalorização de sua capacidade profissional. Destarte, o público feminino tende a ocupar postos de trabalho mal remunerados, precários e informais além de receberam salários inferiores aos homens ocupando o mesmo emprego. A partir disso, de acordo com o último Fórum Econômico Mundial, as mulheres recebem apenas 74,5% do salário que o público masculino recebe empregados no mesmo cargo. Dessa maneira, fica clara a necessidade de medidas para a efetiva equiparação dos direitos femininos.       Portanto, a fim de garantir os direitos das mulheres, o Ministério Público do Trabalho deve tornar multas por desrespeito à isonomia salarial mais pesadas. Além disso, o Ministério da Comunicação deve criar campanhas de debate e palestras conscientizadoras a serem veiculadas em programas televisivos - mediante a contratação de profissionais especializados na área sobre direitos trabalhistas femininos - de modo a incentivar a denúncia dos desrespeitos sofridos pelas mulheres. Dessa forma, a sociedade brasileira estará mais próxima do ideal democrático de Marilena Chauí.