Materiais:
Enviada em: 10/06/2019

O livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, ficou marcado pelo seu viés de retratar a mulher com função restrita ao meio, no qual seu personagem principal, Capitu, é vista apenas como desejo sexual para seu companheiro Bentinho. De modo semelhante á obra, o Brasil enfrenta dificuldades em promover maior espaço ás mulheres em seu mercado de trabalho e romper o estigma de função restrita. Nesse sentido, faz-se urgente alteração desse cenário, em que o patriarcalismo e disparidade salarial são fatores preponderantes para essa questão.    Em primeiro lugar, vale destacar as consequências do patriarcalismo existente no corpo social. De acordo com o filósofo Jonh Locke, em sua “Teoria da Tábula Rasa”, retrata que os indivíduos são preenchidos por experiências positivas e negativas que afetam todo o seu desenvolvimento. A partir dessa visão, decorrente do preconceito fixado na comunidade, inúmeras mulheres ao ingressarem no mercado de trabalho são alvos de agressões psicológicas e banalizadas pela comunidade ao seu redor, o qual a permanência dessa discriminação corrobora para proliferação de ociosidade de mulheres em postos de trabalho. Como consequência dessa intolerância existente no meio empresarial, esses indivíduos se tornam reféns ao preconceito do mercado em prol de sua sobrevivência. Ocasionando, assim, o desencadeamento de problemas psicológicos e sociais, ao afetar diretamente o desenvolvimento da inserção da mulher em atividades laborais.    Além disso, a disparidade salarial entre homens e mulheres contribui para essa problemática. De acordo com o jornal O Globo, o sexo feminino ganha cerca de 30% a menos que o sexo masculino, sendo que, muitas vezes, a desigualdade honorária existente é na mesma função exercida no âmbito laboral, em virtude da neorromantização da mulher vista como “sexo frágil”. Tendo com consequência dessa falta de uniformidade salarial, corrobora para que diversas mulheres se sintam desencorajadas em ingressarem no mercado. Ao retratar, assim, um esquecimento social, no qual o direito a igualdade salarial da mulher é invisível aos olhos do corpo social.    Nesse sentido, portanto, faz-se necessária a adoção de medidas a fim de minimizar esse problema. O Ministério da Trabalho, deve promover campanhas mensais em empresas, com palestras para retratar importância da mulher e sua capacidade empregadora, com o objetivo de reduzir o patriarcalismo. Outra articulação possível seria, os meios de comunicação especialmente a televisão, atuar incessantemente em denúncias  de ausência de igualdade salarial em empresas. Para que ,assim, a visão da obra “Dom Casmurro” seja desconstruída.