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Enviada em: 01/07/2019

No Brasil, a participação da mulher no mercado de trabalho tem crescido anualmente. Nas últimas décadas, o número de mulheres empregadas com carteira assinada mais que dobrou. Entretanto, os tipos de ocupação, os cargos e os salários dessas mulheres não acompanharam a evolução do número de postos de trabalho. Existe ainda uma enorme distância entre homens e mulheres nesse cenário.        As profissões historicamente relacionadas com as mulheres, como o trabalho doméstico, são as que possuem menor remuneração. Na educação, por exemplo, há uma divisão clara. Os professores que atuam em escolas particulares, no Ensino Médio, onde está centrada a melhor remuneração, são em sua maioria homens. Nas escolas públicas, nos estágios da educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, onde estão as menores remunerações, temos quase que unicamente mulheres exercendo a docência.       Outro aspecto importante e que não envolve apenas o mercado de trabalho é que as mulheres, mesmo exercendo profissões remuneradas, ainda continuam sendo as únicas responsáveis pelas tarefas domésticas e educação dos filhos. Conciliar a vida profissional e as atividades da vida pessoal ainda é um desafio muitas vezes impossível para as mulheres trabalhadoras. Esse provavelmente é um dos principais fatores que favorecem a perpetuação desse panorama desigual.       É necessário discutir e alertar para a necessidade da promoção da igualdade de gênero e de distribuição mais equilibrada dos históricos papéis sociais de homem e mulher. A dicotomia mulher-cuidadora versus homem-provedor precisa ser superada por meio do diálogo e da ação. Homens e mulheres podem e devem conviver de maneira mais harmônica no universo do trabalho remunerado e das responsabilidades familiares.